Caminhões não fazem o lixo desaparecer. Eles simplesmente o colocam em um lugar onde pode ser convenientemente esquecido. Infelizmente, nossos hábitos de consumo são cada vez mais prejudiciais, já que o planeta não pode continuar a absorver o lixo tão rapidamente. O lixo é agora visível em toda parte, na terra e no mar, e também impacta negativamente os animais.
Três cientistas do Instituto Alfred-Wegener na Alemanha criaram um banco de dados online chamado LITTERBASE, com o objetivo de centralizar a pesquisa científica sobre a poluição global dos oceanos. Eles recolheram os resultados de 1267 estudos e os transformaram em mapas interativos e infográficos que tornam as informações mais acessíveis ao público.
Segundo o Tree Hugger, o mapa ilustra a distribuição de lixo e de micro plásticos e outro mostra os diferentes tipos de interações dos animais com o lixo, isto é, o enredamento, a colonização, a ingestão. Existem também infográficos que expõem a composição global do lixo (o plástico é o líder) e que quantidades são encontradas no fundo do mar, na coluna de água, nas praias e na superfície marítima.
Conforme as pessoas se tornam mais conscientes da enorme ameaça da poluição plástica e da mudança de demanda, os formuladores de políticas estão prestando mais atenção e começando a tomar decisões importantes para acabar com o problema. Por isso, o foco do LITTERBASE é fazer com que esses dados científicos valiosos sejam acessíveis e fáceis de compreender.
“O conhecimento é vital para aumentar a consciência pública sobre este problema ambiental e para tomar as medidas corretas. Porém, esse conhecimento não é facilmente acessível quando está na literatura científica. Além disso, a riqueza de informações torna-o cada vez mais intangível. O [LITTERBASE] constitui a base de mapas e figuras continuamente atualizados para os decisores políticos, as autoridades, os cientistas, a imprensa e o público em geral sobre a quantidade global, distribuição e composição do lixo marinho e seus impactos sobre os animais marinhos. O portal transmite uma compreensão ampla, baseada em fatos, desse problema ambiental “, diz a iniciativa.
Melanie Bergmann, que trabalhou no projeto juntamente com Lars Gutow e Mine B. Tekman, espera que a base de dados faça com que estudos antigos e esquecidos voltem à tona.
Ela disse ao Maritime Executive: “Descobri uma pilha de dados antigos sobre lixo na Antártica, que os países signatários do Tratado Antártico reuniram com frequência. Além disso, a ingestão de micro plástico no início da cadeia alimentar em relação a vários grupos de plâncton e organismos unicelulares é investigada desde a década de 1980. O LITTERBASE também nos ajudará a redescobrir descobertas “antigas” e, em alguns casos, esquecidas”.