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GRANDES ANCESTRAIS

Baleias são capazes de ultrapassar os 150 anos de vida, segundo estudo

23 de dezembro de 2024
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Em 2007, uma baleia-da-Groenlândia surpreendeu o mundo ao ser capturada no Alasca. O animal tinha uma ponta de arpão presa a seu corpo e, após análise minuciosa, constatou-se que o artefato havia sido fabricado por volta de 1880.

Tempos depois, surgiu a hipótese de que aquela baleia era o mamífero mais antigo do mundo. Isso é algo difícil de atestar, mas cientistas da Universidade de Fairbanks do Alasca obtiveram resultados surpreendentes numa recente pesquisa sobre a expectativa de vida das baleias.

Os cientistas reuniram dados de identificação fotográfica captados por programas de monitoramento individual de duas espécies: baleia-franca-austral e baleia-franca-do-atlântico-norte. Eles utilizaram dados produzidos ao longo de quatro décadas.

Com o material em mãos, os pesquisadores desenvolveram curvas de sobrevivência – gráficos que presumem a proporção da população que sobrevive em diferentes faixas etárias.

O estudo aponta que a baleia-franca-austral pode ultrapassar os 130 anos de idade. É possível que alguns indivíduos cheguem a 150, inclusive. Anteriormente, acreditava-se que a média de vida da espécie era de 70 a 80 anos.

Em contraste, a pesquisa diz que a baleia-franca-do-atlântico-norte vive por 22 anos, em média. Estima-se que só poucos animais ultrapassam os 50 anos. Infelizmente, essas baleias correm grave risco de extinção.

Para Greg Breed, que é o principal autor do estudo, a ação humana é responsável pelo curto período de vida da espécie ameaçada. “A baleia-franca-do-atlântico-norte têm uma expectativa de vida estranhamente curta em comparação a outras baleias, mas isso não se deve a diferenças intrinsecamente biológicas. E elas deveriam viver muito mais tempo”, diz ele em um comunicado da universidade. “Elas ficam frequentemente presas em equipamentos de pesca ou são atingidas por navios, e sofrem por falta de comida, o que está potencialmente ligado a mudanças ambientais que não compreendemos totalmente”, completa.

O especialista em mamíferos marinhos também chama a atenção para a escassez de estudos sobre o tempo de vida das baleias. “A gente não sabia como identificar a idade de uma baleia até 1955, que foi a época do fim caça industrial desses animais”, explica. “Quando essa descoberta aconteceu, não existiam mais muitas baleias com idade avançada para serem estudadas. Então a gente supôs que elas não viviam tanto assim”.

Fonte: Galileu

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