A baleia da Groenlândia enfrenta uma tarefa difícil na hora de mergulhar e se alimentar. Abrir sua grande boca para expor suas barbas de baleia, de modo a que possa filtrar o plâncton e outros organismos presentes na água do mar, cria grande arrasto adicional. Mas a espécie conta com suprimento limitado de oxigênio para cada mergulho.
O que ela pode fazer? Pode se alimentar por meio de filtragem apenas ocasionalmente, ou pode se alimentar continuamente mas nadar mais devagar. Os dois métodos reduzem o arrasto, e com ele a energia despendida.
Malene Simon, da Universidade de Aarhus, Dinamarca, e seus colegas estudaram as baleias da Groenlândia que estavam se alimentando ao largo da parte oeste da ilha, por meio da instalação de pequenas etiquetas acústicas (criadas por Mark Johnson e Peter Tyack, dois dos autores do estudo) que contêm também sensores de pressão, que registram a profundidade dos mergulhos, e acelerômetros e magnetrômetros que registram a orientação da baleia.
Em estudo publicado pela revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, os pesquisadores afirmam que, na parte profunda de seus mergulhos, as baleias nadam muito lentamente, a menos de um metro por segundo, usando suas caudas como propulsão. Isso sugere que elas mantêm a boca aberta para se alimentar por filtragem em toda a porção mais baixa do mergulho.
A despeito da baixa velocidade, eles calculam que elas sejam capazes de filtrar 2,83 metros cúbicos de água por segundo, ou mais de duas mil toneladas no período de um mergulho típico.
Fonte: Terra