As baleias-jubarte estão de volta ao litoral do Rio de Janeiro e de São Paulo, 37 anos depois da proibição da caça a baleias no Brasil. A espécie, que quase foi extinta, está se recuperando e ocupando novamente antigas áreas de reprodução.
O repórter Ernesto Paglia embarcou numa expedição para ver de perto essa história. E mostra um espetáculo desses animais gigantescos e carismáticos.
Quando o inverno esfria para valer lá na Antártida, as jubartes vêm para o quentinho do seu segundo lar: o Brasil. Isso foi comprovado na primeira e mais extensa expedição do Projeto Baleia Jubarte no litoral do Sudeste. Foram 40 dias a bordo de um veleiro, navegando entre a paulista Ilhabela e Arraial do Cabo, no estado do Rio.
Até 1987, tinha uma indústria japonesa processando derivados de baleia em Cabedelo, na Paraíba. Mas nessa época a pressão internacional conseguiu fazer a maior parte dos países baleeiros aceitar fazer uma moratória na caça. Isso está em vigor até hoje na maior parte do mundo.
O Brasil proibiu a matança em 1985, quando restavam menos de mil jubartes por aqui. Passadas três décadas, o resultado da proteção é visível. O projeto descobriu que as jubartes chegam ao Brasil por duas rotas: uma estrada bem definida, acompanhando a costa em profundidades entre 40 e 70 metros. E outra, ainda pouco conhecida, bem mais distante da costa.
Os dois caminhos se juntam quando se aproximam do norte do Espírito Santo, na entrada do Banco de Abrolhos. É o lugar de maior concentração das jubartes em toda a costa. É lá que as baleias namoram, geram filhotes e voltam no ano seguinte para parir, amamentar e repetir o ciclo na água quente.
Os pesquisadores já contaram mais de 20 mil baleias por temporada. E já sabem, também, que os animais voltam para a Antártida em novembro.
Fonte: G1