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AMEAÇAS

Baleias-jubarte são muito mais vulneráveis do que parecem

Apesar dos olhos grandes, a visão das baleias-jubarte não é boa e pode até contribuir para acidentes fatais

22 de maio de 2025
Ana Julia Pilato
2 min. de leitura
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Foto: Stock Photos Studio/Shutterstock

Não se deixe enganar pelos olhos grandes: de acordo com um estudo publicado na Proceedings of the Royal Society B, as baleias-jubarte têm uma péssima visão – e isso pode cobrar um preço muito alto, tornando esses animais vulneráveis a colisões e outros cenários que costumam ser fatais.

As baleias-jubarte têm péssima visão – e isso pode custar suas vidas. Objetos pequenos (como redes de pesca) são praticamente invisíveis para esses animais a longas distâncias;

Quando elas conseguem se aproximar o suficiente para identificar o perigo, já é tarde demais para desviar. A descoberta foi feita por uma equipe que dissecou o olho de uma jubarte que morreu em 2011.

Como destacam os autores do artigo, as baleias-jubarte conseguem detectar silhuetas, mas só podem enxergar pequenos detalhes a uma distância muito curta. Redes de pesca, por exemplo, são praticamente invisíveis até que as baleias já estejam perto demais para desviar delas.

Equipe dissecou olho de jubarte em estudo

Para o estudo, a equipe dissecou o olho de uma baleia-jubarte que morreu em 2011. Tecnicamente, os olhos grandes deveriam ser uma vantagem, já que a distância maior entre o cristalino e a retina resulta em imagens mais nítidas, explica Jacob Bolin, líder do estudo, ao The New York Times.

Mas, no caso das baleias-jubarte, mais de um terço da profundidade do olho é composta de esclera – aquela parte branca do olho. A esclera dá forma e protege o globo ocular, mas não está envolvida na visão. Além disso, a baixa densidade de células ganglionares – que enviam informações visuais da retina para o cérebro – também ajuda a limitar a visão das jubartes.

Baleias-jubarte quase não enxergam pequenos objetos de longe

Após investigar a anatomia do olho, os autores do estudo usaram um software para simular, do ponto de vista das baleias, um cardume de peixes pequenos e uma rede de pesca localizados a várias distâncias diferentes. De 45 a 60 metros, o cardume virou uma mancha, e a rede ficou praticamente invisível.

Lorian Schweikert, que também participou do estudo, destaca que os resultados da pesquisa podem ajudar a encontrar formas de “tornar equipamentos de pesca mais visíveis” não apenas para as jubartes, mas para outras espécies de baleias que enfrentam cenários fatais envolvendo a atividade humana nos oceanos.

Fonte: Olhar Digital

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