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LIBERDADE

Baleia que vive há 52 anos em cativeiro nos EUA pode finalmente voltar ao oceano

Conheça a Tokitae: a orca passou os últimos 52 anos em uma piscina no Miami Seaquarium fazendo apresentações performáticas para entretenimento humano

15 de agosto de 2022
2 min. de leitura
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Foto: Getty Images

Na década de 70, um grupo de homens capturou mais de 80 orcas na ilha Whidbey, no estado de Washington (EUA) e em um ato desumano, separou os filhotes das mães. Nessa leva, seis bebês foram vendidos a parques marinhos e entre eles, estava a baleia Tokitae, que vive até hoje no Miami Seaquarium, o menor recinto de orcas da América do Norte. Tokitae também é Lolita, seu nome de show business. Há 52 anos presa no aquário, ela é a única das que entraram em cativeiro e não entrou para as estatísticas de morte. Dançando e pulando, já se apresentou para multidões.

Tokitae é mais um caso de animais sendo usados para o entretenimento humano, por meio de suas performances. No entanto, no início deste ano ela se aposentou e agora finalmente tem a chance de voltar para casa, lugar que nunca deveria ter saído. Ativistas estão lutando para devolver a baleia ao oceano Pacífico para encontrar sua famiía. Sua mãe ainda nada nas águas do Mar Salish e estima-se que tenha 90 anos. A campanha pela sua libertação reúne apoiadores de todo o mundo.

“Devemos a todos esses animais em cativeiro a oportunidade de viver em um ambiente o mais próximo possível de seu ambiente natural”, disse Charles Vinick, do Whale Sanctuary Project, ao The Guardian. O Whale Sanctuary Project observa que ainda existem mais de 3 mil baleias e golfinhos em cativeiro em todo o mundo, incluindo 60 orcas e mais de 300 belugas em parques marinhos e aquários. A prática levanta questões de como reeinserir esses animais com segurança em seu ambiente nativo, já que eles viveram tanto tempo presos.

Foram 48 anos de shows e por uma década, ela dividiu um tanque com outra orca chamada Hugo, mas ele morreu de um aneurisma cerebral em 1980 depois de se bater repetidamente nas paredes de vidro do recinto. Sua saúde também teve seus altos e baixos e uma doença aguda a acometeu no início do ano, mas mesmo assim Toki é vista como um “milagre”.

“É contra todas as probabilidades que ela ainda esteja viva. Eu acho que é sobre sua saúde mental que mantém sua saúde física em boa forma.”, destacou Howard Garrett, pesquisador de baleias e ativista da Orca Network na ilha de Whidbey.

Se bem sucedida, sua libertação seria um caso raro. Poucas outras baleias conseguiram sair do cativeiro até hoje. Mas os especialistas acreditam que é possível. O futuro de Toki ainda não está claro, mas há um plano operacional elaborado para trazê-la de volta ao Mar Salish. Uma das opções é ela viver sendo monitorada pelo Whale Sanctuary Project, uma área de 40 hectares na Nova Escócia, que deve ser casa de outras baleias.

Fonte: Um Só Planeta

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