Uma baleia-franca nadou a poucos metros de distância de um surfista na manhã da última quinta-feira (27) na Praia dos Ingleses, no município de Florianópolis, em Santa Catarina. O momento foi registrado (veja vídeo abaixo) pela moradora da cidade Leila Ballock, que também filmou, mais tarde, outra baleia-franca dando piruetas na Praia Brava.
O Instituto Australis, que realiza o monitoramento de praias e pesquisas sobre baleias-francas, disse que ao menos cinco desses animais estão na Praia Brava nesta temporada de reprodução. Cerca de 60 estavam entre Garopaba e Laguna na última quinta-feira.
“Essa espécie tem hábitos costeiros, fica na zona de arrebentação, então, acaba acontecendo de se aproximarem das pessoas. Apesar de serem gigantes, são animais bastante dóceis. Os surfistas normalmente respeitam muito o espaço delas e se afastam no caso de chegarem nas regiões em que eles estão, até para segurança deles, porque qualquer movimento brusco desses animais pode causar grande impacto”, explicou ao G1 Karina Groch, coordenadora de pesquisa do Instituto Australis.
Santa Catarina é o estado que, segundo Karina, tem a maior concentração de baleias-francas do país. A espécie, que é migratória, viaja da Antártida até o litoral catarinense e permanece na costa brasileira de julho a novembro em busca de águas quentes, calmas e seguras para reproduzir e cuidar dos filhotes nos primeiros meses de vida deles.
Karina afirmou que o Instituto é informado diariamente sobre as cinco baleias que estão atualmente na Praia Brava. “Deve haver um componente climatológico na permanência delas lá. Elas devem ter considerado o local confortável, para alegria de quem mora no Norte da Ilha”, disse.
Segundo a pesquisadora, uma portaria do Ibama estabelece que ninguém pode se aproximar das baleias de forma intencional – o que ao que tudo indica não foi o caso do surfista. Karina recomendou cautela em relação a esses animais.
“Se ele estava ali e ela se aproximou, não há problema, mas por prudência é melhor se afastar. A maioria dessas baleias é de mães que tiveram filhotes, que estão cuidando de recém-nascidos. Por isso, precisamos respeitar o espaço delas até para que continuem voltando para cá todos os anos”, concluiu a pesquisadora.