Uma baleia-comum morreu após encalhar devido à uma colisão com navio no norte da Califórnia. A espécie, considerada a segunda maior do mundo, está classificada como em perigo de extinção pela Lista Vermelha da IUCN.
Caminhantes descobriram a baleia nas águas da Reserva Marinha Estadual de Ten Mile, de acordo com Sarah Grimes, coordenadora de encalhes de mamíferos marinhos do Noyo Center for Marine Science (NCMS). A Equipe de Resposta de Praia do NCMS foi imediatamente enviada ao local. Ao chegar, Grimes disse que encontraram ela com aparência “fresca, impecável e linda”, exibindo sinais mínimos de decomposição ou de ter sido devorada.
Moe Flannery, gerente sênior de coleções de ornitologia e mastozoologia da Academia de Ciências da Califórnia, disse que o tempo é essencial ao lidar com uma baleia encalhada devido à possibilidade de a maré levar o cadáver de volta ao mar. A Equipe de Resposta de Praia coletou amostras de pele e gordura, tecidos que poderiam fornecer dados importantes para avaliar a saúde da baleia e a causa da morte.
No domingo (22/09), aproximadamente 15 a 20 cientistas de instituições como o Noyo Center for Marine Science, a Academia de Ciências da Califórnia, o Marine Mammal Center e a California State Polytechnic University Humboldt realizaram uma necropsia colaborativa.
“Quando você tem uma baleia grande e a maré está suficientemente baixa, você quer o máximo de pessoas possível”, disse Flannery. Ela comentou que identificar a causa da morte de uma baleia externamente muitas vezes é difícil, a menos que uma lâmina de hélice, emaranhamento em rede ou outro trauma externo evidente tenha causado uma lesão óbvia. Se esses cientistas quiserem chegar ao fundo dessas mortes prematuras, eles têm que realizar uma necropsia em um mamífero que pode pesar muitas toneladas.
Com base no estado do corpo, a equipe concluiu que ele estava em “boa condição” com “reservas de gordura adequadas”, consistentes com uma dieta saudável. Flannery encontrou tecidos traumatizados consistentes com trauma de força contundente que, segundo ela, foi “provavelmente causado por uma colisão com um navio”.
Ameaças à espécie
A baleia-comum, também chamada de baleia-fin, é uma das espécies mais raras encontradas encalhadas nas costas, pois “não se aproximam com frequência”, disse Flannery ao SFGATE. Nos últimos 20 anos, uma média de quatro a seis baleias-cinzentas foram encontradas mortas a cada ano na costa norte da Califórnia, disse Flannery. No mesmo período, apenas oito baleias-fin mortas foram encontradas.
A espécie quase foi extinta por conta da caça durante o auge da indústria baleeira comercial. A maior ameaça que as baleias-comuns enfrentam hoje são os choques com embarcações, descritos como “um desafio significativo para a proteção das baleias em todo o mundo” pelo Greater Farallones National Marine Sanctuary, apesar de ainda serem caçadas pelo Japão.
O programa “Protecting Blue Whales and Blue Skies” incentiva as empresas de transporte marítimo a reduzirem voluntariamente a velocidade das embarcações para 10 nós ou menos, reduzindo as colisões com baleias, a poluição do ar e o ruído oceânico, com a participação de 33 empresas globais em 2023. Além disso, o sistema Whale Safe, lançado em 2022 pelo Marine Mammal Center e pelo Benioff Ocean Science Laboratory, usa tecnologia para monitorar a atividade das baleias e a conformidade dos navios com os limites de velocidade, ajudando a evitar colisões fatais e a proteger a vida marinha.