Uma baleia cachalote, espécie em perigo de extinção, apelidada de Julio pelos biólogos, foi morta em uma colisão com uma embarcação no movimentado Estreito de Gibraltar.
Biólogos dizem que esta é a quinta cachalote a morrer após ser atingida por um barco desde que começaram a monitorar a população na área há mais de 10 anos. “Foi horrível – havia muito sangue na água,” disse o biólogo Renaud de Stephanis sobre o incidente de sexta-feira (26/07).
A embarcação atingiu a baleia macho por volta das 18:00, horário local. Dr. de Stephanis lidera a Conservação, Informação e Pesquisa sobre Cetáceos (CIRCE) e está pedindo para que as embarcações no Estreito de Gibraltar tenham observadores de mamíferos marinhos a bordo. “Se os navios tivessem pessoas olhando para baleias e golfinhos – e compartilhando o que veem – isso poderia ajudar os barcos a evitar áreas com alta concentração desses animais,” ele disse.
Este incidente destaca o perigo que o tráfego de navios representa para os mamíferos marinhos. Vídeos capturados por observadores logo após a colisão mostraram um corte profundo no corpo da baleia.
Dr. de Stephanis disse que, a cada dois ou três anos, uma cachalote na área é morta em uma colisão similar. “Não temos registros de todos os incidentes,” explicou. “Provavelmente há mais. Mas já é demais.”
Algumas estimativas sugerem que restam apenas cerca de mil cachalotes no Mar Mediterrâneo. É uma população oficialmente classificada como em perigo de extinção.
Esta colisão mais recente foi particularmente chocante para os cientistas marinhos na área, porque a baleia havia sido avistada várias vezes nas últimas três semanas. O avistamento mais recente foi no dia anterior ao acidente. “Ele era um macho vigoroso e forte e parecia muito, muito saudável,” disse Dr. de Stephanis.
A baleia era conhecida pelos pesquisadores do CIRCE há mais de uma década e visitava regularmente o Estreito de Gibraltar para se alimentar. O nome oficial do animal no censo populacional era PM-GIB-88, mas os pesquisadores marinhos o apelidaram de Julio, em homenagem a Julio Iglesias.
O número de incidentes envolvendo cetáceos e embarcações aumentou nas últimas décadas. “Este não é um problema isolado de um único navio, mas uma questão global que requer uma solução abrangente”, afirmou o CIRCE.