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RIO DE JANEIRO

Baleia à vista! Observatório de jubartes é inaugurado no Parque do Bondinho do Pão de Açúcar

Espaço de observação em terra firme, o primeiro na cidade do Rio, tem caráter experimental através do Projeto Baleia Jubarte. Público do ponto turístico pode visitar o espaço gratuitamente. O local também conta com a exposição #BaleiasCariocas

7 de julho de 2024
Carolina Callegari
4 min. de leitura
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Baleia-jubarte no litoral do Rio salta durante monitoramento de expedição do Projeto Baleias Jubarte — Foto: Custódio Coimbra

A quase 400 metros de altura, os olhares vão ficar atentos para as águas do Rio. A temporada de observação e de monitoramento de baleias-jubarte no litoral do estado do Rio de Janeiro começou em junho. Neste ano, elas estão dando um show, com saltos, esguichos e mais indivíduos de passagem. Os curiosos e entusiastas ganham um ponto em terra firme, a partir deste sábado, para tentar a sorte em avistar um dos pesados visitantes. Um observatório aberto ao público começa a funcionar no Parque Bondinho Pão de Açúcar, na Urca, Zona Sul do Rio. A iniciativa é um projeto-piloto capitaneado pelo Projeto Baleia Jubarte, criado em 1988 na Bahia e no Rio desde 2021.

Durante a visita ao famoso ponto turístico, o público poderá desfrutar da experiência de ver as jubartes e outros cetáceos, como golfinhos. Integrantes do projeto estarão, numa primeira fase, às segundas, quartas e sextas-feiras, havendo condições meteorológicas, para tirar dúvidas e explicar sobre o comportamento da espécie. Quem quiser mergulhar ainda mais no tema, também é inaugurada neste sábado a exposição #BaleiasCariocas, com as melhores fotos feitas durante a expedição, de mesmo nome, do projeto no ano passado. As duas atividades estão inclusas no valor do ingresso.

Na onda do aprendizado

Durante a Expedição Sudeste, no ano passado, os pesquisadores do Projeto Baleia Jubarte encontraram 314 baleias. Neste período foi visto o primeiro filhote no Rio, o que é um dos sinais da recuperação da espécie. Foram 38 dias para percorrer de Paraty, na Costa Verde, até Armação de Búzios, na Região dos Lagos. Nesta temporada, em quase 15 dias, pelo menos 100 foram avistadas, e destas, parte foi identificada através do padrão de cor na parte inferior da nadadeira caudal — a “impressão digital” do indivíduo.

Do alto do mirante o público terá disponível uma luneta e dois binóculos para buscar pelas visitantes. Os especialistas ainda vão aproveitar para colher dados para pesquisa. Esse modelo de observação, sem necessidade de ir para alto-mar, a milhas da costa, é comum em outros pontos que ficam na rota das jubartes pelo litoral brasileiro, como o Farol da Barra, na capital baiana, Salvador.

— O observatório foi uma ideia e pensamos fazer aqui no Pão de Açúcar como projeto-piloto. Nas primeiras semanas os monitores viram essas baleias e outros cetáceos lá de cima, com dados colhidos para a pesquisa, como comportamento. Para atender aos visitantes há ainda paneis explicativos e informativos, e será distribuído um folder sobre o nosso trabalho — conta o diretor do projeto, Enrico Marcovaldi.

As baleias jubarte podem ser vistas ao longo da costa brasileira, entre São Paulo e Rio Grande do Norte, durante as temporadas anuais. No Rio, passam, comumente, de junho a meados de agosto, quando está previsto o encerramento da exposição e do observatório.

A mostra, que ficou em cartaz durante um mês no AquaRio, conta com fotografias inéditas, incluindo as de esperados saltos e das procuradas nadadeiras caudais. No anfiteatro há ainda uma réplica da cauda de uma das primeiras jubartes avistadas na região, batizada de “Almirante Ibsen”, uma homenagem ao Vice-Almirante Ibsen de Gusmão Câmara, carioca e pioneiro da defesa das baleias no Brasil.

— O Parque Bondinho vem apoiando diversos projetos que têm sinergia com as diretrizes do ponto turístico, e ser parceiro de uma das maiores exposições de arte ao ar livre do mundo é muito significativo para todos nós do Parque. Essa parceria significa mais uma tentativa de conscientizar as pessoas sobre a necessidade de conservarmos ainda mais a fauna e os habitats naturais brasileiros. Queremos nos unir, cada vez, a projetos que estejam ligados ao ecoturismo, educação e ciência — diz o gerente-geral do Parque Bondinho Pão de Açúcar, Gustavo Maciel.

Fonte: O Globo

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