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SECA

Bactéria encontrada em elefantes selvagens na África pode explicar mortes súbitas

Cientistas acreditam que os animais estavam sob estresse por causa da seca contínua e da dificuldade em encontrar comida, o que favoreceu a infeção pelo patógeno

26 de outubro de 2023
Redação Um só planeta
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Uma espécie de bactéria nunca antes vista em elefantes selvagens foi encontrada nos corpos de animais que morreram em circunstâncias misteriosas na Savana Africana em 2020. A descoberta foi feita nesta semana por pesquisadores do Victoria Falls Wildlife Trust durante as investigações de óbitos súbitos de 35 elefantes no Noroeste do Zimbábue, principalmente entre agosto e setembro daquele mesmo ano.

Uma equipe da entidade realizou exames post-mortem em 15 animais, sendo que 13 deles apresentavam septicemia quando morreram. Uma causa potencial para isso seria a bactéria chamada Bisgaard taxon 45, encontrada em seis corpos.

“[Este tipo de bactéria] não era completamente misterioso – sabia-se que existia. Mas não foi associado à septicemia e nunca foi encontrado nos elefantes africanos”, relatou o professor Falko Steinbach, da Agência de Saúde Animal e Vegetal do Reino Unido, a BBC internacional.

Steinbach, que esteve envolvido no trabalho de investigação, acrescentou que a seca severa e a escassez de alimentos ocorridos em 2020 podem ter comprometido a saúde dos animais, permitindo que a infeção superasse suas defesas imunológicas.

“Isso é relativamente comum. Temos muitos patógenos que [geralmente] não causam doenças – e certamente não causam a morte. Mas se as defesas do hospedeiro forem quebradas, isso permite que a bactéria se espalhe e, no final, não cause apenas uma infecção local após uma mordida – mas cause doenças graves”, explicou.

Ainda segundo o professor, são necessárias mais pesquisas para compreender “a ligação entre esta infecção e o estresse associado a eventos climáticos extremos, como a seca, que pode tornar os surtos mais prováveis”.

“Esperamos que, com mais estudos, seremos capazes de identificar não só o que leva a estes surtos, mas também, talvez, propor estratégias de intervenção – possivelmente até uma vacina. Mas isso exigiria uma investigação mais aprofundada”, finalizou.

Fonte: Um Só Planeta

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