Um total de 14 aves entre milhafres, cegonhas e águias, serão devolvidas, a partir de hoje, ao seu habitat natural, em Coimbra e na Beira Alta, numa iniciativa promovida pelo CERVAS (Centro de Recuperação de Animais Selvagens).
A devolução das aves, recolhidas depois de terem caído de ninhos ou sofrido ferimentos, está associada a ações de educação ambiental, “um dos principais objetivos” do CERVAS, disse à Lusa a bióloga Liliana Barosa.
O Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens – sedeado em Gouveia e que se integra na estrutura do Parque Natural da Serra da Estrela – tem promovido ações pelo país, na presença de populares interessados, alunos de escolas e representantes de associações e entidades ligadas à vigilância e proteção do meio ambiente.
Em cada iniciativa, os responsáveis do CERVAS aproveitam para explicar o histórico de cada animal e os passos a dar quando alguém encontra uma ave ferida, por exemplo. “As pessoas ainda têm muitas dúvidas sobre o que fazer, há quem fique com os animais em casa”, revelou Liliana Barosa.
Hoje, em colaboração com a Reserva Natural do Paúl de Arzila, na margem direita do Mondego, entre Montemor-o-Velho e Coimbra, serão libertados dois milhafres-pretos, duas cegonhas brancas e uma águia de asa redonda. A maioria destes animais – à exceção de uma das cegonhas, encontrada debilitada – teria caído do ninho ainda jovem.
Recolhidos por colaboradores do Serviço de Proteção da Natureza da GNR e por Vigilantes da Natureza, foram depois encaminhados para o CERVAS e ali iniciado o processo de recuperação.
Alimentados até atingirem o peso ideal, dá-se o crescimento e desenvolvimento da plumagem e promovem-se contatos com aves da mesma espécie, treinos de voo e também de caça, no caso das aves de rapina.
Momentos antes de serem devolvidas ao seu habitat natural, as aves são batizadas por um dos presentes, por vezes a pessoa que a encontrou, “nome geralmente associado a nomes de pessoas ou lugares”, contou Liliana.
“Houve um grifo (uma espécie de abutre) que foi batizado de ‘carequinha’. Ou um mocho chamado de ‘H20′”, frisou a bióloga, aludindo à denominação de um hotel na zona da Covilhã.
Outro mocho, batizado por um grupo de escoteiros, recebeu o nome de ‘lobitinho’, adiantou. As demais ações de libertação de aves decorrem sábado, em Gouveia e terça-feira em Sabugal, Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo.
No sábado, em Gouveia, vai ser libertada uma águia de asa redonda, enquadrada no programa das festas do Senhor do Calvário.
Terça-feira, no Sabugal, na localidade de Vila Boa, numa ação em colaboração com a Reserva natural da Serra da Malcata, uma cegonha branca será devolvida à Natureza e outras três seguem o idêntico destino, no mesmo dia, em Almeida, nas localidades de Freineda, Malhada Sorda e Poço Velho.
Por último, ainda terça-feira, em Figueira de Castelo Rodrigo, será libertada outra cegonha-branca, recolhida em julho pelos bombeiros locais após ter caído de um ninho e três tartaranhões-caçadores, pequenas águias recolhidas por um popular durante a ceifa de um campo de cereal.
Fonte: DN Ciência