As aves que vivem nos parques municipais de São Paulo têm sido alimentadas com ração de camundongo, doada por instituições públicas. Desde outubro do ano passado, a alimentação considerada adequada ao desenvolvimento de cisnes, gansos, patos, marrecos e outras espécies não é ofertada pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente. Funcionários chegam a fazer “vaquinha” para que as aves tenham o que comer.
No Parque do Ibirapuera, na zona sul da capital, além de inadequada, a ração é fracionada pela metade. Em vez de receber três sacos, de 20 kg cada, por dia, as aves recebem agora um saco e meio. Na última semana, havia só 12 sacos disponíveis no estoque. Todos indicados para roedores. Segundo veterinários, o ideal para aves é ração de galinha, oferecida molhada.
No Ibirapuera, a situação é agravada por problemas operacionais. Desde o início do ano, a Kombi utilizada para buscar verduras no Mercado Municipal não está mais disponível. Quando é possível, o carro administrativo do Departamento de Parques e Áreas Verdes (Depave) é emprestado para que os funcionários possam fazer a “xepa” na feira. “Folhas de brócolis, beterraba e couve-flor, por exemplo, completam a alimentação das aves de forma saudável”, diz um funcionário, que pede para não ser identificado.
Apenas 13 dos 93 parques de São Paulo têm lagos com aves. Ao todo, são 443, espalhadas nos parques da Aclimação, do Carmo e Burle Marx, por exemplo. A estimativa é que precisem de 36 toneladas de ração por ano, ao custo estimado de R$ 60 mil.
Sem ração, salgadinhos, pipoca e pedaços de pão são cada vez mais consumidos pelas aves, que deixam os lagos em busca de comida. “Eles não podem ver uma sacola que vêm correndo. São meus camaradas, dou comida a eles na palma da mão”, diz o sorveteiro Cícero Américo dos Santos, de 59 anos.
Respostas
Comandada pelo vereador Ricardo Teixeira (PV), a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente informou que o fornecimento de ração para aves será restabelecido em 15 dias. A pasta ressaltou que a quantidade de ração ofertada hoje atende às necessidades diárias dos animais e é complementada com verduras.
Fonte: Estadão