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Aves marinhas são o grupo de aves mais ameaçado do mundo

23 de março de 2012
2 min. de leitura
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(Foto: Reprodução/GreenSavers)

O estatuto global das aves marinhas deteriorou-se rapidamente ao longo das últimas décadas, pelo que várias espécies e muitas populações estão agora perigosamente no limiar da extinção. Estas são as conclusões da revisão exaustiva publicada esta semana na revista científica Bird Conservation International.

A revisão – com base em dados e avaliações feitas pela BirdLife International para a Lista Vermelha da IUCN – revela que as aves marinhas são hoje em dia o grupo de aves mais ameaçado do mundo. Das 346 espécies de aves marinhas, 97 (28%) estão globalmente ameaçadas e outras 35 encontram-se muito perto de atingir o mesmo estatuto.

Por outro lado, cerca de metade das espécies de aves marinhas apresentam um declínio populacional evidente, sendo a família dos albatrozes a que melhor evidencia estas tendências negativas, estando actualmente 17 das suas 22 espécies ameaçadas de extinção.

“As aves marinhas são um grupo diverso com distribuição mundial. Como predadores de topo, funcionam como um valioso indicador da saúde do meio marinho global, saúde essa que estará claramente em risco se as tendências não forem invertidas”, refere Iván Ramírez, coordenador do Programa Marinho Europeu da BirdLife International, do qual a SPEA é representante em Portugal.

As atividades humanas estão por trás desses declínios. No mar, a pesca tem degradado os stocks de peixe e causado a morte de aves marinhas através de inúmeras capturas acidentais, por outro lado em terra, a introdução de espécies invasoras tem dizimado imensas colónias reprodutoras.

A BirdLife já identificou várias Áreas Importantes para Aves (IBAs) marinhas em terra e está prestes a publicar o primeiro inventário de IBAs marinhas oceânicas. Espera-se que esta ferramenta possa ajudar a desenvolver uma rede global de áreas marinhas protegidas e auxiliar a implementação de novas abordagens para a gestão e protecção dos sistemas marinhos.

As espécies invasoras, especialmente de roedores introduzidos, devem ser removidos das colónias mais importantes, das quais depende a sobrevivência das aves marinhas. Já foram desenvolvidos vários trabalhos de restauração bem sucedidos e a BirdLife está presentemente a colaborar com diversas entidades com o intuito de compilar uma lista de locais prioritários para futuras operações de erradicação.

Iván Ramírez refere ainda que “Portugal é um bom exemplo de como ainda é possível reverter esta situação”. “Um dos exemplos é a freira-damadeira, que se reproduz unicamente na Ilha da Madeira, onde trabalhos de recuperação do habitat e controle de espécies invasoras preveniram que esta espécie se extinguisse. No entanto, temos muito trabalho pela frente se quisermos tornar o caso da freira-da-madeira num exemplo entre muitos”, concluiu o responsável.

Fonte: GreenSavers

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