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Aves marinhas são encontradas mortas na costa da Espanha

14 de abril de 2011
3 min. de leitura
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Por Danielle Bohnen (da Redação)

Mais de 200 frailecillos atlânticos (fraitercula arctica), espécie ameaçada de extinção, foram encontrados mortos no mês passado, mas o número exato pode chegar a mais de mil. O Grupo Ibérico de Aves Marinhas (GIAM) do SEO/Birdlife, investiga o acontecimento, mas as causas da morte ainda são desconhecidas, segundo o jornal Asturias Verde.

Foto: Reprodução/ Minuto Digital

As mortes foram detectadas a princípio em Castro-Urdiales, na Cantábria, onde apareceram dezenas de aves mortas em um trecho da costa de poucos quilômetros no começo do mês de março, de acordo com o cordenador do GIAM, Jesus Menendez Quintana. Diante da situação, o grupo convocou a “Inspeción Costera de Aves Orilladas” (ICAO) a fim de investigar as causas da morte.

Em poucos dias, mais de 40 voluntários foram mobilizados sob a supervisão dos coordenadores do GIAM, na Cantábria e Astúrias, contando com a colaboração de instituições locais (Ambar Cetáceos, Arkamurka Natur Elkartea, Centro de Recuperacion de fauna slvestre de Bizkaia, Centro de Recuperacion de fauna slvestre de Cantabria, COA, Itsas Enara Ornitologia Elkartea, Mavea, SEO-Castro, SEO-Cantabria, SEO-Asturias, Sociedade Galega de Ornitoloxía, Sociedad Ornitologica Lanius).

Os esforços foram concentrados nas regiões de Cantábria e Astúrias, apesar de estender-se também às praias da Galícia e País Basco. Nos dois primeiros dias de inspeção, 158 frailecillos foram encontrados, sendo que apenas 4 estavam com vida, mas morreram no centro de recuperação pouco depois de serem resgatados.

Ao longo do mês, o número de indivíduos mortos foi reduzido, ao final da inspeção, no dia 26 de março, o GIAM contabilizou um total de 202 indivíduos encontrados, sendo 73 em Astúrias e 82 na Cantábria. Entre elas, duas possuíam anilho, o que constatou que faziam parte de colônias britânicas.

Frailecillo morto encontrado na praia de San Pedro de Antromero no conselho de Gozón, costa central das Asturias. Foto:Reprodução/ Asturias Verde

O número de aves mortas pode chegar a mil

Levando em consideração a existência de serviços de limpeza nas praias, o GIAM prevê que o número de aves mortas pode ser consideravelmente mais alto. Além disso, em casos como esse, as aves afundam antes de chegar à costa.

Em casos como o frailecillo, que vive longe da costa,  diversos estudos apontam que a proporção de aves na costa é de 10% a 20% ou até menos, por isso a cifra total de aves mortas pode chegar a mil.

Possíveis causas da mortalidade

De acordo com estudos realizados, os primeiros dados encontrados fizeram os pesquisadores acreditarem que a causa foi a alta taxa de hidrocarbonetos em alto mar, pois algumas aves apresentavam traços do elemento em seu sistema digestório. Mas a maioria apresentava sistema limpo.

As causas ainda são desconhecidas, mas uma das hipóteses é que os temporais atlânticos ocorridos semanas antes, que podem ter resultado na escassez de alimento.

As atividades humanas também representam uma séria ameaça às aves marinhas, devido à pesca, à contaminação, principalmente pelo transporte de hidrocarbonetos, entre outras.

Entre os frailecillos, foram encontrados 57 indivíduos mortos de outras 8 espécies de aves marinhas. Entre elas, pelo menos 3 alcatrazes e dois cormoranes, encontrados presos em anzóis e linhas de pesca.

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