A densidade da construção em Macau e a poluição das águas são das principais ameaças à protecção das aves migratórias que encontram o seu habitat natural nas terras húmidas de Macau, zona eleita em 2013 como uma das dez “mais encantadoras” da China.
“Há muita construção em Macau”, disse ontem Geils Loi, director adjunto da Macau Aves Society (MAS), uma das organizações que coordena a exposição “Paraíso das Aves” dedicada às terras húmidas de Macau inaugurada ontem no Jardim da Cidade das Flores, na Taipa. A mostra – organizada pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), juntamente com a MAS e o South China Institute of Endangered Animals – visa “educar e sensibilizar a população para a preservação da vida selvagem”, disseram os responsáveis.
Geils Loi deu o exemplo da construção do túnel subterrâneo da Ilha da Montanha de ligação ao novo campus da Universidade de Macau, em Zhuhai, que “afectou bastante a zona de mangal”. As aves continuam a vir, mas há o risco de se afastarem, alertou Geils Loi.
Leong Kun Fong, administrador do IACM, afirmou ontem, na abertura da exposição, que o Governo poderá vir a considerar construir mais terras húmidas nos novos aterros.
Por sua vez, Joe Chan, presidente da União de Estudantes Macau Verde, contactado pelo PONTO FINAL, considera que Governo da RAEM deve, antes, concentrar-se na elaboração de um plano de longo prazo para “melhorar o habitat das aves migratórias”. “Estamos preocupados com o índice de poluição das águas por metais pesados, que é muito elevado”, disse. Na opinião de Joe Chan, o projecto de melhoria das terras pantanosas deverá passar por aperfeiçoar a qualidade das águas e por uma avaliação do impacto dos novos projectos de construção de casinos, sobretudo, na zona junto à reserva natural perto da Ponte de Flor Lótus, no Cotai.
*Esta notícia foi escrita, originalmente, em português europeu e foi mantida em seus padrões linguísticos e ortográficos, em respeito a nossos leitores.
Fonte: Ponto Final