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RISCO DE INGESTÃO

Aves da Amazônia passam a usar plástico de poluição para fazer ninhos

Comportamento, que gera riscos, foi observado nas espécies japu-preto e japiim no Amapá e no Pará

30 de janeiro de 2025
Jorge Abreu
5 min. de leitura
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Ninho de japiim feito quase todo de fibras de plástico, na praia do Goiabal, no Amapá. Foto: Iepa/Divulgação

presença de lixo na costa amazônica tem alterado o comportamento de algumas espécies de aves, que passaram a utilizar plástico na construção de seus ninhos. Outro fator para esta ação anormal dos pássaros seria a escassez de matérias-primas naturais, como fibras, folhas secas, raízes de orquídeas e fungos rizomorfos (de aparência de galhos).

Os “ninhos de plásticos” encontrados no Amapá e no Pará são predominante azuis, o que chamou a atenção dos pesquisadores. Os estudos sobre o tema ainda não definiram o motivo da escolha da cor. A principal hipótese é alta disponibilidade de materiais de pesca, em sua maioria azuis, nas praias e nas áreas de mangues.

Raqueline Monteiro, do Iepa (Instituto de Pesquisa do Amapá), encontrou 12 ninhos de japiim (Cacicus cela) feitos a partir de plástico na praia do Goiabal, no município de Calçoene (AP), a cerca de 356 km de Macapá. Em algumas regiões, a espécie é conhecida como xexéu. Os mais recentes achados são dia 17 deste mês.

Ela investiga a poluição plástica na costa amazônica através do projeto Olamar (Observatório do Lixo Antropogênico Marinho), realizado também no Pará e no Maranhão, que conta com apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e parceria de outras instituições educacionais.

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