Empresário de Bauru (SP) se ofereceu para abrigar os pássaros que tinham sido apreendidos na última semana em Borebi

O caso dos pássaros apreendidos pela Polícia Militar Ambiental na última sexta-feira, em Borebi, que tiveram que passar a noite num corredor da delegacia de Agudos – onde a ocorrência foi registrada – em razão da falta de lugar adequado para que fossem abrigados comoveu moradores de Bauru e região.

Assim que a matéria foi publicada no JC, diversas pessoas entraram em contato com a polícia dispostas a cuidar das aves. No sábado, um empresário de Bauru, que abrigou 19 papagaios apreendidos recentemente, recebeu os pássaros como fiel depositário até decisão final da Justiça. A polícia conta que qualquer pessoa pode se cadastrar para abrigar aves apreendidas em situação irregular.

Após denúncias de que A.S. (somente as iniciais foram divulgadas), 45 anos, mantinha espécies nativas da fauna silvestre em cativeiro, sem autorização, o que é proibido pela legislação ambiental, por volta das 13h30 da última sexta-feira, uma equipe da Polícia Ambiental foi até a sua residência, na rua Agenor Soares de Oliveira, em Borebi.

No imóvel, foram encontradas 23 aves das espécies coleirinhas, bigodinhos, pintassilgos, sangrinhos, canários-da-terra e caboclinhos. Segundo a polícia, todos os pássaros estavam em gaiolas bem ventiladas, com comida e água.

Como o morador não estava no local no momento da ocorrência, as aves foram apreendidas e levadas para a delegacia de Agudos, onde o fato foi registrado. A Polícia Ambiental lavrou auto de infração contra o responsável no valor de R$ 16 mil. De acordo com a Polícia Civil, ele também poderá responder por crime ambiental.

Por falta de local adequado, os pássaros passaram a noite na delegacia. As gaiolas, enfileiradas umas atrás das outras, lotaram o corredor da unidade. Os policiais civis chegaram a fazer uma “vaquinha” para comprar alpiste para os animais.

Na manhã de sábado, de acordo com o delegado-assistente da Seccional de Bauru, Eron Veríssimo Gimenes, as aves foram entregues aos cuidados temporários de um empresário de Bauru, que mantém área com diversos outros animais cadastrados junto aos órgãos ambientais responsáveis.

Segundo ele, diversas pessoas telefonaram para a unidade querendo saber qual seria o destino dos pássaros apreendidos. “No dia seguinte à apreensão, foi feito o depósito das aves para uma pessoa idônea, que tem condições para bancar os custos da alimentação delas”, conta.

Serviço

Informações sobre cadastro para receber aves silvestres como fiel depositário no caso de apreensões podem ser obtidas com o delegado titular do 1º DP, Dinair José da Silva, na avenida Comendador Daniel Pacífico, 2-117, vila Falcão, pelos telefones (14) 3238-7377 e 3238-5151.

Cadastro

O delegado titular da Delegacia Seccional de Bauru, Benedito Antônio Valencise, admite que a polícia encontra dificuldade para conseguir um local adequado para abrigar pássaros silvestres nos casos de apreensões. Segundo ele, qualquer pessoa, instituição ou Organização Não Governamental (ONG) pode abrigar temporariamente essas aves se estiver previamente cadastrada no 1º Distrito Policial (DP) de Bauru, onde funciona a Delegacia de Crimes Ambientais.

“Nós temos várias organizações que poderiam recebem esses animais”, revela. “Os interessados podem procurar o Distrito Policial do Meio Ambiente, que é o 1º DP, para se inscrever e se cadastrar. Quando tiver essas apreensões, a gente pode fazer o depósito para eles. Isso facilitaria para a gente”. Segundo ele, o cadastro é rápido e fácil e pode ser feito também por telefone e pelo e-mail. “Basta informar os dados pessoais e ter condições de cuidar dos animais”, diz.

Fonte: JCNet