Pesquisadores da Reserva de Mamirauá, na Amazônia, acompanharam mais de mil aves na região durante 2013 e notaram que os filhotes, quando adultos, retornam para as praias onde nasceram. Eles reforçam, com isso, a importância da preservação destes ambientes.
A partir da marcação individual das aves com um anel de metal, os cientistas puderam acompanhar seus hábitos durante o ano. Ao todo, foram 1400 pássaros, entre 800 corta-águas (Rynchops niger), 620 gaivotas (Phaetusa simplex) e três gaivotinhas (Sternula superciliaris).
“Descobrimos que os filhotes, ao menos alguns, retornam já adultos para a mesma praia onde nasceram e também que adultos retornam para a praia em que se reproduziram no ano anterior. Com isso, podemos perceber como é importante que as comunidades continuem protegendo as praias ao longo dos anos”, disse em comunicado a pesquisadora Bianca Bernardon.
De acordo com a equipe, as capturas ocorreram no Rio Solimões, em duas praias da região Horizonte e Aranapu. Durante as capturas, o estado de saúde das aves foi avaliado.
As atividades de captura das aves adultas acontecem à noite, quando a temperatura ambiente é menor, causando menos impacto às aves. No período noturno, elas também têm dificuldades de verem as redes. Os animais são recolhidos para obtenção de dados biométricos como peso, comprimento da cabeça, da asa, do bico, entre outros. Após essa coleta, os animais são soltos.
Cada ave recebe um anel de metal que possui um número de identificação. Esses dados são armazenados no banco de dados do Sistema Nacional de Anilhamento de Aves Silvestres (SNA). Quando outro pesquisador capturar essa mesma ave, em outra parte do Brasil ou da América do Sul, ele vai anotar o número e o Instituto Mamirauá poderá conhecer a rota de migração das espécies.
Fonte: O Globo