O Governo da Arábia Saudita decidiu libertar uma ave – inicialmente noticiada como sendo um grifo mas, afinal, é uma águia – que estava “detida” há uma semana por espionagem a mando de Israel.
Segundo o site Emirates24/7, o príncipe Bandar bin Saud Al Saud zombou do caso que, na semana passada, foi noticiado pela imprensa internacional: um grifo com um GPS da Universidade de Telavive foi encontrado por um caçador numa zona rural perto da cidade saudita de Hyaal e acusado de fazer parte de uma estratégia sionista. Agora, a agência de vida selvagem da Arábia Saudita declara que, afinal, a ave não tem nada a ver com espionagem e que o dispositivo que trazia tinha apenas fins científicos.
“As informações de que esta ave está equipada com sistemas de espionagem israelita estão incorretas. O sistema que traz é identificado por satélites para conhecer os movimentos migratórios das aves e como se alimentam, com fins de investigação”, disse Saud aos jornalistas sauditas locais, citado pelo site.
“Estes sistemas (GPS) são utilizados nas aves e em outros animais, incluindo mamíferos marinhos. A maioria dos países usa-os, incluindo a Arábia Saudita”, acrescentou.
Saud garantiu que pretendem libertar a ave “assim que forem verificados os sistemas que transporta. Não há necessidade de manter esta ave em cativeiro”, adiantou. Ainda não se sabe o que vai acontecer ao dispositivo de GPS da Universidade de Telavive.
De acordo com aquele site, Saud criticou a actuação dos media locais. “Alguns jornalistas sauditas apressaram-se a dar a notícia na esperança de ter um furo jornalístico, sem confirmar as informações. Não estou a defender Israel, mas precisamos ser claros… eles (os jornais) deveriam ter perguntado às autoridades competentes sobre o caso antes de publicar os artigos”.
As autoridades de Israel disseram-se surpreendidas e rejeitaram as acusações de espionagem, manifestando preocupação com o destino do animal. “O dispositivo não faz mais do que receber e armazenar dados básicos sobre as trajetórias do animal, sobre a altitude e velocidade que alcança”, explicou um ornitólogo da Autoridade israelita dos Parques e Natureza, citado pelo jornal israelita “Ma’ariv”, citado pela BBC.
Inicialmente, a ave foi assumida como sendo um grifo (Gyps fulvus). Mas agora, as informações sugerem que se trata de uma águia-de-cabeça-branca (Haliaeetus leucocephalus).
O jornal “Jerusalem Post” informou ontem que o diretor da Sociedade para a Proteção da Natureza, Dan Alon, está “muito feliz por saber da decisão de libertar a ave”.
Fonte: Publico/Ecosfera