Uma Oficina de Avaliação do Estado de Conservação das Espécies de Chondrichthyes (tubarões, arraias e quimeras) no Brasil, revela: 45% das espécies de tubarões e arraias estão em alguma categoria de ameaça, sendo 23% consideradas criticamente ameaçadas, 6% em perigo e 15% vulneráveis. Afora isso, uma espécie já está regionalmente extinta no Brasil, 27% estão quase ameaçadas e 27% foram classificadas como dados insuficientes.
A oficina, promovida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla e inglês) e da Gerência de Biodiversidade Aquática do Ministério do Meio Ambiente, já tem uma segunda edição marcada para o próximo ano.
O objetivo desta primeira oficina foi avaliar os riscos de extinção de 78 das 178 espécies de tubarões, arraias e quimeras que ocorrem no Brasil. Segundo Monica Peres, coordenadora de avaliações de peixes marinhos do Ibama, as avaliações feitas ainda passarão por uma etapa de revisão científica ao serem publicadas na revista eletrônica do ICMBio, “Biodiversidade Brasileira”. Uma coisa é certa: o documento já foi entregue ao presidente do ICMBio, Rômulo Mello.
Os tubarões, arraias e quimeras, também conhecidos como Chondrichthyes, Elasmobrânquios ou peixes de couro, têm esqueleto cartilaginoso e apresentam características biológicas, ecológicas e comportamentais muito diferentes dos peixes ósseos (ou de escamas).
Muitas dessas espécies têm vida longa, baixa fecundidade e baixa mortalidade natural. Por isso, a capacidade de reposição populacional é bastante reduzida. Soma-se a isso, muitas delas costumam se agregar em épocas e locais definidos para a cópula ou para o parto, além de terem seus berçários em águas rasas. Resultado: isso as torna um grupo especialmente vulnerável a qualquer nível de intensidade de pesca, como foi confirmado pelas avaliações realizadas durante a oficina.
Fonte: EPTV