A Quercus revelou ter tido conhecimento de que o Comando Geral da GNR (Guarda Nacional Republicana) suspendeu o recolhimento de animais protegidos feridos, devido a restrições orçamentais, e que essa decisão pode pôr em risco a prática de recolhimento e também as espécies protegidas, em Portugal.
“Tivemos conhecimento que houve uma ordem do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR (SEPNA), no início de dezembro, dando indicações para suspender uma das suas missões que é o resgate de fauna selvagem”, disse Samuel Infante, da organização ambientalista, à Lusa.
Esta iniciativa poderá estar relacionada com questões orçamentais, mas também foi dito que na origem desta ordem podiam estar situações nas zonas urbanas de Lisboa e Porto, de excesso de trabalho com gaivotas e pombos.
O ambientalista Samuel Infante acusou ainda uma situação específica, ocorrida na região de Castelo Branco: “A GNR se recusou a ir buscar um peneireiro [ave da família dos falcões] e foi o próprio particular que transportou o animal até um centro de recuperação e houve suspeita que teria sido atingido a tiro”.
O que leva a que esta seja mais uma razão para que os animais sejam escolhidos pelas autoridades, uma vez que muitos são feridos por atos cruéis e criminosos como tiros, armadilhas ou venenos e podem constituir mais tarde prova em processos judiciais.
São situações que nos parecem bastante graves, além de se pôr em cheque a rede de recolhimento de animais selvagens, que tem 10 centros no país. Por isso, consideram que o recolhimento de animais selvagens é uma obrigação legal do Estado e tem implicações diretas na conservação de espécies ameaçadas de extinção.
Assim, a Quercus apela que a comuniquem sempre que a GNR se recusar a recolher animais selvagens.
Com informações do Diário Digital