A Polícia de Segurança Pública (PSP) de Viseu está investigando a morte de dezenas de pombos que apareceram no centro histórico da cidade. A câmara municipal garante que não tem nenhum programa de controle dessas aves. O alerta foi dado à PSP por vários moradores que encontraram pombos mortos no Largo de São Teotónio e na Rua Direita. “Seriam mais de cinco dezenas”, contou Isilda Pereira, que mora nas imediações da Rua Direita.
A Polícia esteve no local e recolheu vários indícios que apontam para “a eventualidade de os pombos terem sido envenenados”, segundo fonte da PSP.
Os moradores acreditam tratar-se de uma nova medida de controle da população de pombos, mas a autarquia desmente. “Há dois anos realizamos uma monitorização da população destas aves”, reconheceu o vice-presidente da câmara. O controle “foi feito pelo veterinário municipal e usava um produto que era colocado na água e que impedia os pombos de procriar”, revelou Américo Nunes.
O autarca esclareceu que “atualmente a população de pombos está controlada e não tem havido problemas. Por isso a câmara não tem nenhuma ação em decorrência para este controle”, concluiu.
Carlos Vieira, da Associação Ambientalista Olho Vivo, confirmou que “os excrementos dos pombos provocam danos nos monumentos, isso é um fato inegável, mas nem sequer tem acontecido muito em Viseu”.
O ambientalista e deputado municipal também afirmou desconhecer “qualquer medida de controle destas aves, que existem num número aceitável e não tão elevado que possa vir a causar problemas” (como já acontece, por exemplo, em Lisboa, em Setúbal e em Coimbra ).
O envenenamento de animais, um crime punido por lei, está expressamente proibido em âmbito nível europeu por meio de várias diretivas comunitárias.
Apesar de, em Portugal, a investigação desses crimes não ser notícia, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – frequentemente procurada pelo Ministério Público e autoridades para ajudar na investigação dos crimes contra animais – tem um serviço de ciência forense veterinária em Portugal.
O processo da morte das dezenas de pombos foi entregue ao Ministério Público de Viseu, a quem cabe agora desenvolver a ação penal.
Fonte: DN Portugal