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Autoridades da área ambiental travam uma luta desigual para coibir a caça em todo o país

7 de março de 2010
2 min. de leitura
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A violência do homem contra os animais não tem limites. O estoque de maldades humanas chega às raias do absurdo. Movidos pela ganância, pelo poder do dinheiro, homens adentram as florestas e não hesitam diante de nada. Vão dizimando tudo o que encontram pela frente. Em todo o Brasil, a caça tem sido repreendida quando possível, mas sabe-se da insuficiência de recursos para se fazer frente a uma situação que só cresce e torna-se praticamente irreversível. Mesmo diante da lei, da conscientização de cidadãos de boa índole, pessoas inescrupulosas, sem caráter, sem respeito até por elas mesmas protagonizam espetáculos degradantes de extermínio de espécies fundamentais para o equilíbrio da natureza.

Foto: Reprodução/Coletivo
Foto: Reprodução/Coletivo

Recentemente o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Ibama, juntamente com a Polícia Civil do Acre, conseguiram surpreender um grupo de caçadores profissionais na região do Parque Nacional da Serra do Divisor. Com eles foram apreendidos 460 quilos de carne de animais silvestres, entre eles mais de 50 jabutis.

Entre os animais mortos pelos caçadores havia pacas, mutuns, jacus, jacarés, macacos, antas, veados e inhambus. Moradores da região informaram que a caça era comercializada nas comunidades do Paraná dos Mouras pela média de R$ 6 o quilo, sendo que os jabutis custavam cerca de R$ 50 a unidade, dependendo do tamanho. O grupo estava em quatro canoas e portava quatro espingardas, uma motosserra e uma saca de sal. A caça apreendida, quase meia tonelada, estava acondicionada em oito sacos de fibra. Junto com os nove adultos flagrados havia uma criança.

Subsistência como pretexto

O chefe da Reserva Extrativista do Rio Liberdade, Francisco Barbosa de Melo, conhecido no estado como Chico Ginú, disse que ao serem surpreendidos, os caçadores alegaram em princípio que a caça era para subsistência. Mas, afirma Ginú, fica difícil convencer alguém nesse sentido com tamanha quantidade de carne e também porque era de conhecimento dos agentes do ICMBio e do Ibama que os caçadores estavam na região há cerca de um mês.

O grupo de caçadores vinha sendo monitorado desde o ano passado , quando moradores de comunidades da região do rio Paraná dos Mouras denunciaram a presença dos caçadores na área. A caça predatória é extremamente danosa ao equilíbrio da fauna, além de prejudicar as comunidades que praticam a caça de subsistência, obrigando os nativos a buscar alimento cada vez mais longe.

A operação realizada pelo Instituto Chico Mendes e pelo Ibama durou cinco dias. Seis agentes foram mobilizados. Seguindo a trilha dos caçadores, eles começaram pelo ramal da Bananeira, indo parar na comunidade Torre da Lua. De lá, rumaram em dois barcos para a comunidade do Senhor Natálio, onde foi feita barreira por duas noites e um dia, sem resultados. Decidiram então subir o rio, que nesta época do ano está abaixo no nível normal.

Fonte: Coletivo

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