Por Raquel Soldera (da Redação)
Autoridades e legisladores chilenos pretendem derrubar uma norma que protege os lobos-marinhos e proíbe a caça da espécie para iniciar um massacre. O motivo, pasmem, é que os lobos-marinhos, por consumirem peixes, polvos e mexilhões, estariam prejudicando a pesca industrial.
Apesar da proibição da caça do lobo-marinho estar em vigor até 2012 no país, a Subsecretaria de Pesca chilena está estudando derrubar a proibição amparada pelos decretos 3° e 5°, que afirmam que a medida pode ser suspensa se houverem lobos-marinhos agressivos ou sendo alimentados.
O deputado Alejandro Santana apresentou no início do mês um projeto de lei que solicita à Subsecretaria de Pesca que adote ações de maneira urgente para controlar a “superpopulação” de lobos-marinhos, devido aos prejuízos que os animais provocam à atividade pesqueira, já que cada animal consumiria de 15 a 25 quilos de peixes por dia. O projeto foi aprovado com 26 votos a favor, 19 contra e 3 abstenções.
As autoridades afirmam que o número de animais passou de 22.500 em 1996 para 62.000 em 2007. No entanto, Pedro Arrey, Diretor Regional do Comitê Nacional pela Defesa da Fauna e Flora afirma que estudos realizados por mais de 20 anos pelo Comitê apontam uma redução da população de lobos-marinhos no período de 1970 a 2010, e a tendência é que reduza ainda mais. Em 40 anos, a população de animais diminuiu drasticamente, de cerca de 15 mil animais em 1982, para 1.363 em 2009.
É revoltante que autoridades, ao invés de protegerem os animais, autorizem um massacre para, mais uma vez, beneficiar interesses econômicos. Além de invadirmos cada vez mais o habitat dos animais, os condenamos à morte pelos seus hábitos alimentares. O fato é que se não mudarmos urgentemente nossa mentalidade e nossos hábitos, decretaremos o extermínio de toda a vida senciente do planeta. E, obviamente, isso inclui a espécie humana.
