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Austrália e Japão têm maior vida marinha, diz estudo

4 de agosto de 2010
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As águas que circundam a Austrália e o Japão são as mais ricas em biodiversidade marinha do planeta, segundo um estudo divulgado ontem pelo Censo da Vida Marinha, um projeto internacional que tem como objetivo registrar e mapear o maior número possível de espécies dos oceanos. A pesquisa, publicada na revista PLoS One, dá uma ideia da distribuição geográfica dessa biodiversidade marinha global, com ênfase em águas costeiras.

Numa lista de 25 regiões inventariadas, o Brasil aparece em 13.º lugar, com 9.101 espécies conhecidas, comparado a quase 33 mil espécies na Austrália e no Japão (32.889 e 32.777, respectivamente). Em seguida vêm a China, com cerca de 22 mil espécies catalogadas, o Mar Mediterrâneo, com quase 17 mil, e o Golfo do México, com mais de 15 mil.

O baixo número de espécies catalogadas em águas brasileiras – comparativamente às de outras regiões oceânicas – se deve em parte a uma lacuna de conhecimento, principalmente com relação à biodiversidade de águas profundas. “Estamos muito atrasados nessa área”, disse o zoólogo Fábio Lang da Silveira, da Universidade de São Paulo. “Historicamente não tivemos os recursos nem a infraestrutura adequada para fazer os estudos necessários em águas profundas no Brasil.”

Em águas mais rasas, situadas sobre a plataforma continental (até 300 metros de profundidade), o nível de conhecimento é maior, mas a biodiversidade é menor que a de outras regiões do próprio Atlântico, por se tratarem de águas tropicais, quentes e com pouca carga de nutrientes (baixa produtividade primária), segundo o pesquisador.

Para chegar aos números, foi preciso consolidar milhares de trabalhos sobre biodiversidade marinha. “Só para o Brasil, utilizamos de 400 a 500 referências científicas”, conta a pesquisadora Patricia Miloslavich, da Universidade Simón Bolívar, na Venezuela, uma das coordenadoras do estudo. E ainda assim, diz ela, estima-se que tudo isso represente menos de 10% da biodiversidade real dos oceanos. “A Austrália é quem mais conhece sua biodiversidade marinha e ela só conhece 10%.”


Fonte: Estadão

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