As características do clima tropical brasileiro, bem como os fenômenos gerados pelo resultado da atividade humana (emissão de gases de efeito estufa), proporcionam mudanças climáticas bruscas, contribuindo para a proliferação de pulgas, carrapatos e mosquitos. Estes parasitas podem afetar a saúde de pessoas e de animais, principalmente nas estações de primavera e verão, época de temperaturas elevadas e grande incidência de chuvas.
“A população de cães, gatos e animais domésticos não convencionais no Brasil cresce de forma contínua, superando mais de 160 milhões de animais. Os cães continuam sendo os animais de população mais numerosa, apresentando uma alta de 2,8% entre os anos de 2022 e 2023, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet)”, aponta a médica-veterinária Patrícia Guimarães, Promotora Técnica de Animais de Companhia da Vetoquinol Saúde Animal.
Com este constante crescimento, é necessário cada vez mais que os tutores sejam conscientizados pelos médicos-veterinários de que doenças como dipilidiose, babesiose e erlichiose podem ser transmitidas aos cães através da picada de pulgas e carrapatos. Além disso, a leishmaniose pode ser transmitida a cães e pessoas, causando, em muitos casos, sintomatologias graves tanto viscerais quanto cutâneas.
“A leishmaniose é uma doença infecciosa sistêmica de caráter zoonótico grave e endêmica. No Brasil, a transmissão pode ocorrer pela inoculação do protozoário do gênero Leishmania chagasi, através da picada do flebotomíneo Lutzomyia longipalpis, popularmente conhecido como mosquito-palha. Devido às altas taxas de infecção, os cães permanecem como o principal reservatório urbano, sendo assim considerados a fonte mais importante para a disseminação da doença às pessoas. O Brasil detém 90% dos casos de todas as Américas, onde a média anual em humanos supera 3,3 mil casos, tornando a doença um importante problema à saúde pública”, alerta Patricia.
A prevenção é uma das armas mais importantes contra doenças causadas por pulgas, carrapatos e vetores. No caso da leishmaniose, é possível manter o mosquito transmissor longe dos cães através do uso de coleiras específicas, sendo uma das estratégias preventivas mais efetivas para o controle desta doença e recomendada pelo Ministério da Saúde.
Fonte: Equipe Cães&Gatos