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Aumentam casos de obesidade em cachorros

18 de setembro de 2013
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(Foto: Joaquim Cavalcanti)
(Foto: Joaquim Cavalcanti)

O aumento no registro de casos de obesidade canina tem causado preocupação aos médicos veterinários e tutores de cães neste município. Apenas no período de janeiro a julho deste ano, o número de animais atingidos pela patologia cresceu cerca de 30%. O problema, segundo os especialistas, é causado por dois fatores: a baixa qualidade no alimento ofertado ao animal e a falta de condicionamento físico.

Atividades físicas variadas podem ser praticadas diariamente com os cães, desde as brincadeiras com o próprio tutor até as aulas com adestradores especializados em comportamento canino.

“Há tutores  que, equivocadamente, servem a seus cães todo o tipo de alimento”, afirma o veterinário Francisco Herivelto Bezerra Silva, da Clínica Pet Saúde, destacando, ainda, a falta de conhecimento da maioria dos tutores em relação à carga nutricional diária que um cão deve ingerir. “A maioria dos tutores acha que o cão, quanto mais gordo, mais saudável. É um grande erro pensar dessa maneira. O cão precisa, na verdade, ingerir alimentos que lhe proporcionem um equilíbrio diário de nutrientes”, explica.

Entre os grandes vilões da saúde canina, alerta Herivelto Bezerra, a ingestão de massas, pães, arroz e, até mesmo, doces, são os que mais contribuem para o surgimento da obesidade. “Quem alimenta seu cão com pães e massas não sabe o malefício que está criando ao animal. Os carboidratos dilatam o estômago do cão que, num animal de porte médio, possui capacidade para cerca de 800 gramas de alimento. Já no caso do arroz, para cada 100 gramas ingeridas, há produção de 200 gramas de glicose”, explica o veterinário.

Outro que alerta para a necessidade de uma boa alimentação animal é o adestrador André Saretta. Com ampla experiência no ramo, ele garante que quanto mais alimento desnecessário for dado ao animal, mas difícil será reeducá-lo. Os animais, conforme diz, também necessitam de uma boa dose diária de exercícios. “O correto seriam caminhadas de uma hora, pelo menos duas vezes ao dia, preferencialmente pela manhã e ao entardecer. Desta forma, além de acelerar o metabolismo do animal, são fortalecidos músculos e ossos”, avalia.

André Saretta, que também é tutor de animais das raças Boxer, Pitbull e Bull-Mastiff, explica que a quantidade de alimento ministrado pelo tutor, na maioria dos casos, também precisa ser repensada. “Claro que vai depender muito da faixa etária do animal. Se o cão ainda for um filhote, vai precisar ser alimentado de quatro a cinco vezes por dia. Se já estiver na fase adulta, duas refeições diárias serão suficientes”, diz. Ele também salienta a necessidade de brincadeiras entre cão e tutor, como uma das formas de combate à obesidade. “Quanto mais brincadeiras houver entre o tutor e o cão, mais movimento o animal fará. Isso queima a gordura que poderá estar acumulada, auxiliando a perda de peso do cão”, explica ele.

O veterinário Heriberto Bezerra lembra que a obesidade animal pode gerar uma série de distúrbios, prejudicando a saúde dos animais. “Quando o cão está em sobrepeso, significa que o volume de gordura no animal está superior aos níveis desejados. Isso pode gerar uma série de problemas. Principalmente se o acúmulo de gordura estiver alojada no coração e no fígado do animal”, salienta.

Também é preciso cuidado redobrado em animais castrados. Fêmeas nesta situação tendem a engordar mais facilmente. Por isso é preciso maior atenção à quantidade e qualidade da alimentação ofertada.

Entre os principais problemas gerados à saúde animal pela obesidade, a possibilidade do aumento de riscos durante atos cirúrgicos ascendem a “luz amarela” para os veterinários. Isso porque a maioria dos órgãos do animal aumenta o volume de atividade para manter o maior volume de massa existente.

Joelhos e articulações também podem ficar comprometidos. O desgaste nestas regiões cresce consideravelmente quando o animal está acima do peso, podendo gerar artrites, por exemplo. Também podem surgir problemas nos pulmões ocasionando danos respiratórios. Neste caso, quanto maior o volume de massa corpórea o animal possuir, menos espaço o órgão pulmonar terá para ser expandido pelo ar, deixando de captar oxigênio suficiente para o fornecimento das células.

(Foto: Joaquim Cavalcanti)
(Foto: Joaquim Cavalcanti)

Doenças cardíacas

Pode surgir, ainda, o aumento da pressão arterial, com risco iminente de problemas cardíacos, e distúrbios gastrointestinais. “Quem cria animais precisa entender o tamanho dessa responsabilidade. É fundamental se preocupar com a realização de exercícios físicos e com boa alimentação, além do carinho que também precisa ser oferecido aos animais diariamente”, defende André Saretta.

Cerca de 20 raças de cães possuem predisposição à obesidade. As raças Pug, Mastiff, Dogue Alemão, Golden Retriever e Labrador são algumas das quais o criador necessita um cuidado ainda maior. Na luta contra o excesso de peso também é recomendado que sejam oferecidas pequenas porções de alimentos durante todo o dia. “Dessa maneira o organismo do cão apresentará uma sensação de saciedade, evitando que ele ingira comida em excesso e acabe engordando”, concluiu o adestrador.

Alerta para os tutores
Médicos veterinários e adestradores apontam que os exercícios físicos e as brincadeiras diárias com os cães são essenciais à sua saúde física, emocional e psicológica. Juntamente a isto, a oferta de ração em quantidade certa faz como que o cão fique livre da obesidade. Quando filhote, o cão pode ingerir maior quantidade de ração ao longo do dia. Na fase adulta, duas vezes ao dia são suficientes. Do contrário, o animal tende a ficar com acúmulo de gorduras no corpo, o que provoca uma série de outras doenças, tais como problemas cardíacos e nas articulações e ossos. Algumas raças são mais predispostas à obesidade.

Fonte: Diário do Nordeste

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