A audiência pública aconteceu na quarta-feira (14) e contou com a participação de estudantes do curso de medicina veterinária, representantes do Centro de Controle de Zoonoses, Vigilância Sanitária, Comissão de Meio ambiente da OAB, Coordenadorias dos Programas de Controle de Raiva das Secretarias Estadual e Municipal da Saúde, ONG Vida Animal e 9ª Regional de Saúde.
O objetivo do vereador Edílio Dall’Agnol foi reunir a sociedade civil organizada para debater uma solução para o grande número de animais abandonados nas ruas da cidade que já significam uma questão de saúde pública.
Durante a audiência pública tratou sobre o grande número de animais abandonados nas ruas de Foz do Iguaçu. A iniciativa do vereador Edílio Dall’Agnol foi reunir a sociedade para um debate e buscar soluções para o problema de saúde pública que se instalou na cidade.
Uma reportagem produzida pela equipe da TV Câmara ilustrou a situação dos filhotes abandonados e a angústia das pessoas que abrigam dezenas desses animais. Um dos exemplos mostrados foi o do guia de turismo Gilson dos Santos que adotou 35 cães. Todos soltos em frente à casa onde mora. Ele relatou a necessidade de punir as pessoas que cometem esse tipo de crueldade com os animais e sugeriu a cobrança de um imposto para evitar tanta irresponsabilidade por parte dos tutores.
O médico veterinário coordenador do Programa de Controle da Raiva do CCZ, Jairo Adams, apresentou o projeto “Guarda Responsável”, de iniciativa do Centro de Controle de Zoonoses. A proposta é baseada na contagem, registro de cães e gatos, cadastramento dos tutores, identificação dos animais com microchip e castração em massa.
O projeto ainda não foi colocado em prática porque não tem de recursos para operacionalização. Adams sugeriu a criação de um grupo de trabalho para avançar nas ideias. “É preciso unir forças com o envolvimento das ONGs, clínicas veterinárias, faculdades de medicina veterinária, poder público e a iniciativa privada”.
O número estimado de cães e gatos em Foz do Iguaçu é de 70 mil. A estatística é baseada nas campanhas de vacinação realizadas no município, onde a imunização atinge 60 mil animais. Há dois anos, o Centro de Controle de Zoonoses suspendeu a captura de animais nas ruas da cidade.
O recolhimento pela carrocinha só acontece quando os animais apresentam alguma doença transmissível e risco à saúde pública. Se, em três dias eles não forem resgatados pelos tutores, vão para a adoção ou para a eutanásia.
A voluntária da ONG Vida Animal, Eliane Wojslaw, elogiou a iniciativa histórica da Câmara de vereadores em promover o debate. “T emos que aproveitar a oportunidade inédita e o comprometimento de todas as áreas para formular um projeto, já sabemos por onde começar”, afirmou.
A ONG abriga 205 animais e conta com a ajuda de voluntários para manter o serviço e incentiva a adoção. Roberta Bouchardet, outra voluntária, reafirmou o consenso na audiência pública. “Educação a partir das crianças, guarda responsável e castração em massa, o debate aponta para essas vertentes”, declarou Roberta.
O vereador Nilton Bobato lembrou que, no ano passado, a situação dos animais de rua foi debatida pela Câmara através de uma proposta de emenda ao projeto do executivo de reforma do código de posturas do município. “O projeto foi recolhido pela prefeitura e ainda não tivemos um posicionamento, vou cobrar providências nos próximos dias”, disse Bobato.
Constatada a necessidade de formar um grupo de trabalho, nos próximos dias, será realizada uma reunião com os representantes da comunidade, ONGs de proteção animal, CCZ, médicos veterinários, estudantes de medicina veterinária e os vereadores para definir um plano de ação e cobrar providências do município.
O vereador Edílio ficou entusiasmado com o nível do debate. “É animador sair daqui com ideias definidas. Uma das prioridades será a castração dos animais acompanhada de uma campanha educativa para conscientizar as pessoas sobre o problema. A audiência foi bem produtiva, mas ainda temos muito trabalho pela frente”, avaliou.
Fonte: Click Foz do Iguaçu