Uma audiência pública realizada na terça-feira (31) na Assembleia Legislativa do Estado do Piauí (Alepi) discutiu a possibilidade dos animais silvestres mantidos em cativeiro no Parque Zoobotânico de Teresina serem transferidos para santuários, onde poderão desfrutar de mais qualidade de vida.
O assunto se tornou pauta na capital do Piauí desde julho, quando a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar) anunciou que retiraria os animais do zoológico para levá-los para diferentes santuários espalhados pelo país. Na ocasião, a pasta informou que a transferência objetivava garantia maior bem-estar às espécies.
O projeto da Semar inclui uma mudança no Zoobotânico que, segundo a pasta, teria como foco ressignificar o parque, por se tratar de um espaço que, embora mantenha os animais em recintos, não é ideal para abrigá-los.
Disposto a contribuir com o tema, deputado estadual João de Deus (PT-PI) decidiu, então, propor a audiência pública. Segundo ele, o objetivo do debate é “saber qual é a proposta da Secretaria Estadual de Meio Ambiente” para depois “ouvir a sociedade civil organizada pra tentar encontrar o melhor encaminhamento possível”.
Participaram da audiência integrantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar), da Superintendência de Parcerias e Concessões (Suparc), do Ministério Público do Piauí (MP-PI), da Rede Ambiental do Piauí (Reapi), do Movimento Salve o Zoo, dos Centros Acadêmicos de Medicina Veterinária e de outros cursos das Universidades Federal e Estadual do Piauí.
Justiça suspende transferência
No mês de agosto, a Justiça suspendeu a transferência dos animais que vivem no Parque Zoobotânico de Teresina. Em caráter liminar, o juiz Aderson Antônio Brito, da 1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública da Comarca de Teresina, determinou a suspensão da liberação e transferência dos animais, que deveria ter sido iniciada a partir de 28 de julho, data estabelecida pela Secretaria de Meio Ambiente (Semar).
Na decisão judicial, Brito determinou que sejam realizadas perícias técnicas para verificar as condições da transferência dos animais e exigiu que os trabalhos envolvam profissionais qualificados, como médicos veterinários, zootecnistas e biólogos. A liminar concedida pelo magistrado será válida até que as análises solicitadas sejam apresentadas, o que manterá a suspensão da transferência dos animais.
“A intenção da medida de liminar não é obstar uma eventual transferência dos animais do Parque Zoobotânico, se assim for melhor, mas sim buscar o mais adequado interesse em favor dos animais, garantindo que sejam adaptados ao melhor local para sua sobrevivência”, considerou o juiz.