Quase todas as semanas a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) recebe relatos sobre atropelamentos e violações da lei na Lagoa dos Salgados: armadilhas para pássaros nas margens da lagoa, carros e motos circulando em locais sensíveis, aviões sobrevoando em baixa altitude e vacas consumindo vegetação aquática, além de cães abandonados que, famintos, caçam aves na lagoa.
Tudo isto está pondo em risco uma área natural classificada, frequentada por espécies raras e local privilegiado para a observação de aves.
A SPEA diz que já recolheu dezenas de armadilhas e que já tentou conversações com pecuaristas locais e com o Aeroporto de Portimão, mas que estas ações “não têm sido suficientes” e por isso apela à intervenção das Câmaras de Silves e Albufeira, CCDR, GNR e Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Algarve.
“As Câmaras Municipais de Albufeira e de Silves têm que recolher os cães, a CCDR – Algarve e a GNR precisam intervir junto dos pilotos e motoristas que violam o espaço da lagoa, a CCDR e a ARH devem intervir junto aos pastores e pecuaristas, a CCDR e a GNR precisam perseguir as pessoas que deixam cruéis armadilhas para os pássaros”, defende a SPEA.
“Não há desculpa para as entidades administrativas e fiscalizadoras não atuarem”, diz Domingos Leitão, coordenador do departamento de conservação da SPEA. “As entidades referidas conhecem todos os detalhes destes problemas, que se arrastam há meses”, garante.
Ainda segundo o coordenador, a “inoperância destas entidades põe em questão a qualidade ambiental da lagoa e a imagem do Algarve como destino turístico”. “Assim, não há biodiversidade nem imagem de qualidade natural do Algarve que resista”, finaliza.
Fonte: Região Sul