Por Giovanna Chinellato (da Redação)
Muitos atletas usam o esporte como desculpa para continuar comendo carne, mesmo no Great American Meatout. ”Como vão manter a forma muscular sem proteína animal?”, perguntam. Mas uma olhada rápida em alguns dos atletas veganos pode fazer com que mudem de ideia. Eles não são o veganos magrinhos estereotipados da imaginação popular.
Robert dos Remedios vem treinando atletismo desde 1988. Em 2006, foi ganhador do prêmio nacional de Força e Condicionamento Profissional. Ele é vegano há mais de 20 anos. Com um peso muscular de 110 kg e 11-12% de gordura corporal, dos Remedios diz: “Eu nunca tive problemas em manter massa muscular e força com uma dieta vegana”. Ele também não cai na história de que soja faz os homens ficarem afeminados: “Não acredito em boatos, gente… Se vocês vissem o tanto de soja que eu como, bem, vamos apenas dizer que eu deveria ser Roberta então”.
Jon Hinds é o fundador do Monkey Bar Gym em Madison, Wisconsin, nos Estados Unidos. Um vencedor de duas medalhas de ouro em jiu-jitsu brasileiro, Hinds, 46, se tornou vegano perto de seu quadragésimo aniversário. Em uma entrevista, ele explicou: “Me tornei vegano por diversas razões. Uma, não gosto de matar animais. Duas, quero comer melhor para o mundo. E três, eu desenvolvi uma dor muito grande na mão pelo que eu acreditava serem minhas décadas de treino de jiu-jitsu brasileiro”. O que o veganismo tem a ver com a dor? De acordo com Hinds, “todos os produtos de origem animal e sua natureza ácida retiram o cálcio dos ossos, o que se manisfesta inicialmente com dores nas mãos”. Depois de cortar a carne de sua dieta, sua dor “desapareceu completamente por dois meses”. Hoje, Hinds diz, como vegano, que pode “mostrar às pessoas o quão saudável e vibrante você pode ser sem ter uma dieta com base no sofrimento de animais”.
Quando Jon Hinds queria aprender mais sobre manter a força e músculos com base em uma dieta vegana, uma das pessoas que procurou foi seu amigo Mike Mahler. Mahler é um renomado treinador de força e condicionamento, e deve ser o quinto ou sexto melhor treinador de kettlebell nos Estados Unidos. Vegano há quase 15 anos, Mahler diz que “queria fazer algo para aliviar o sofrimento dos animais no mundo. “E, somado ao fato de não comer carne ou produtos de origem animal, eu não uso couro, e faço meu melhor para evitar produtos testados em animais”. Ser vegano tornou mais difícil para Mike Mahler manter seu treino? Não, de acordo com ele: “Consumir tudo o que eu preciso para suprir minhas necessidades numa vida vegana não é difícil se você souber o que está fazendo.”
Três treinadores de forças diferentes. Três caras grandes e musculosos. Todos veganos. Todos provas vivas de que uma dieta com compaixão, livre de produtos animais, não é um impasse para atletas manterem condicionamento físico, força e músculos.
Com informações de Animals Change