A divulgação do Atlas da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção deve ser um instrumento de aprimoramento de políticas públicas para a proteção dessas espécies.
Lançado na última segunda-feira (11), o atlas foi organizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Ivan Campos, analista ambiental e um dos coordenadores do atlas, disse ao acritica.com, que esta foi a primeira vez que o ICMBio elaborou um panorama da fauna ameaçada de extinção que vive nas áreas de unidade de conservação federal no país.
“Essa compilação é para avaliar as espécies ameaçadas para que a gente tenha um balanço e um maior conhecimento. Saber se as nossas UCs estão protegendo as espécies ameaçadas ou não. A ideia é aprimorar o levantamento. A meta do governo é proteger essas espécies”, disse Campos.
O trabalho do ICMBio constatou que das 627 espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, 313 tem presença em unidades de conservação federais.
Somente na Amazônia, das 57 ameaçadas de extinção, 31 estão unidades de conservação.
No Amazonas, são 12 espécies ameaçadas de extinção que vivem em 41 UCs federais.
A espécie mais ameaçada é o peixe-boi, seguida de várias espécies felinas, como gato-do-mato, maracacará, onça-pintada, onça-preta, jaguatirica e onça-canguçu. Também está nesta lista o cachorro-do-mato-vinagre, cachorro-vinagre e ariranha.
Conforme Campos, a próxima etapa do trabalho é englobar todas as espécies de unidade de conservação e verificar se as populações dentro delas são “viáveis”, ou seja, têm chances de continuar sobrevivendo.
Extinção
Ele destacou que nem todas as espécies ameaçadas de extinção estão em UCs e estas, por causa desta condição, têm mais chance de serem extintas. Campos deu como exemplo o sauim-de-coleira, espécie de primata que vive na zona urbana de Manaus.
No texto de conclusão do atlas, um dos objetivos do levantamento é “dar subsídio para discussões ao redor dos grandes empreendimentos propostos no país e seus possíveis impactos sobre esta fauna ameaçada aqui abordada, tema fundamental para um planejamento de desenvolvimento mais sustentável que garanta a conservação da biodiversidade para as futuras gerações”.
Fonte: A Crítica