Por João Rodrigues Filho / Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animas
Na manhã desta sexta-feira (25), ativistas do Grupo de Ativistas Independentes pelos Animais (GAIA) decidiram se acorrentar aos portões do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro (RJ), localizado no bairro de São Cristóvão, em reivindicação pelo fechamento definitivo do parque e sua transformação em um Centro de Triagem de Animais Silvestres.
A ação se iniciou por volta das 8h30 da manhã e foi deflagrada simultaneamente nos 6 portões do Zoo, apesar da forte vigilância num dos principais pontos turísticos do Rio, sede das Olimpíadas 2016.
Mortes, adoecimento físico e mental de animais, recintos pequenos, grades enferrujadas, alimentos estragados, medicamentos vencidos e até armas ilegais são apenas alguns dos problemas que se arrastam desde 2012. No ano passado, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente foi multada em R$ 1 milhão.
O local foi interditado pelo Ibama em 14 de janeiro devido às péssimas condições das instalações e dos animais, tornando-o inapto à visitação. Contudo, no último dia 8 de março, o órgão ambiental autorizou a reabertura parcial após reformas paliativas, fazendo com que a Prefeitura ficasse livre da multa diária aplicada, sem que houvesse o completo adimplemento do Termo de Ajuste de Conduta firmado junto ao Ministério Público.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente, responsável pela Fundação RioZoo, que administra o lugar, anunciou a publicação de edital de licitação para concessão da administração à iniciativa privada.
A transformação do local em um Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) minimizaria o gargalo envolvendo animais apreendidos, resgatados ou entregues por particulares. Na área de 138.000 metros quadrados, esses animais poderiam ser adequadamente identificados, registrados, reabilitados e destinados.
Segundo levantamento feito pela Revista IstoÉ, dos 111 zoológicos em funcionamento no Brasil, cerca de 77 apresentam irregularidades. Segundo a publicação, o RioZoo é o pior deles, sendo também destaque negativo da Revista Veja Rio, apesar do orçamento de R$ 21 milhões em 2015.
Nota da Redação: Nada de jaulas maiores. Jaulas vazias. Nesse particular, a ressalva óbvia de que não se pretende a soltura, à própria sorte, de animais presos por décadas, desfigurados em sua essência, mas a destruição da moral que considera razoável que isso ocorra. Os zoológicos são instituições decadentes em todo o mundo. Por razões éticas, culturais, políticas e administrativas, não são raras as notícias de locais sucateados e animais negligenciados, sendo levados a humilhação e sofrimento extremos, não obstante o aprisionamento que lhes tolhe a liberdade e a dignidade. Em prol de interesses exclusivamente humanos, travestidos de objetivos nobres como a ciência e a educação ambiental, a cultura da exploração se perpetua, mas parece se aproximar de um colapso. A divulgação desse tipo de informação é fundamental para que a parte da sociedade que ainda ignora ou despreza esse quadro rompa definitivamente com o modelo de entretenimento a custo da exploração alheia.