Ativistas de três entidades retiraram, na tarde desta segunda-feira (25), o último grupo entre mais de 90 cachorros que eram mantidos em uma pequena casa no bairro Uberaba, em Curitiba. Os cães foram recolhidos em onze resgates desde o início de novembro, segundo a Associação das Mulheres Vendedoras Autônomas do Paraná (AMVAP), que coordenou a ação ao lado das ONGs “Salva Bicho” e “SOS Animau” Curitiba.
De acordo com Lídia Peixer, da AMVPAR, os animais ficavam em um pequeno terreno que continha canis deteriorados, montes de entulho e uma casa em condições precárias. Eles eram alimentados por uma mulher que, segundo a entidade, não mora mais no local e continuava acumulando cães apesar de não ter mais condições de mantê-los.
“Nós estamos denunciando esta situação desde 2011, foram feitos protocolos na prefeitura e mais de vinte pedidos ao telefone 156. O ambiente é sujo e nós já tínhamos retirado cachorros de lá antes, 60 deles em um único dia”, contou Peixer.
A prefeitura afirmou já estar ciente da situação, mas enfatiza que o resgate dos cachorros não foi autorizado. Uma representante da Rede de Proteção Animal, que esteve no local, explicou que a tutora é uma acumuladora sem intenções comerciais, o que é tido como transtorno mental, e está recebendo assistência psicológica da Secretaria de Saúde. Mas a retirada dos animais requer um procedimento legal, e os ativistas não poderiam ter invadido a casa sem permissão formal.
Peixer se defende afirmando que não era mais possível esperar. “Alguns cachorrinhos estavam só pele e osso, à beira da morte, e o ambiente é imundo, os animais comiam próximo às próprias fezes. Vamos esperar a situação ficar pior ainda até a prefeitura tomar uma providência?”, questiona. Segundo ela, o local foi apelidado de “casa dos esqueletos”, devido à fragilidade corporal dos cães.
De acordo com as entidades, os animais saudáveis foram encaminhados para hotéis caninos da capital paranaense, onde as diárias, que custam por volta de R$ 20, são financiadas pelas próprias instituições e suas parceiras. Outros foram levados a uma chácara mantida por uma das ONGs. Já os mais debilitados foram levados a clínicas veterinárias.
Fonte: Gazeta do Povo