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Ativistas resgatam 28 cães a caminho do matadouro na Coréia do Sul

20 de agosto de 2019
3 min. de leitura
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Por David Arioch

“Era um dia em família com uma atmosfera de festa, cheia de diversão e risos, que abafavam os gritos dos cachorros sendo massacrados sem parar durante o dia todo” (Foto: Reuters)

Na semana passada, a organização In Defense of Animals publicou um vídeo de uma ação em que conseguiram evitar que 28 cães fossem abatidos durante o Bok Nal, festival de carne de cachorro realizado na Coréia do Sul.

As imagens mostram claramente a situação degradante em que os animais eram mantidos até o momento em que seriam abatidos e reduzidos a pedaços de carne. No vídeo registrado em Buyeo, uma das ativistas veganas da IDA diz que é preciso salvá-los. “Não posso deixar que sejam mortos”, acrescenta.

Presos em gaiolas enferrujadas, os animais mal conseguiam respirar. “Nossos parceiros de resgate coreanos receberam uma dica sobre um caminhão cheio de gaiolas de metal enferrujado, repletas de cães indefesos e correram até lá. Alguns cães lutavam para respirar. Estavam em superlotação e não podiam se mexer ou sequer virar a cabeça”, disse Fleur Dawes, diretor de comunicação da IDA, à revista People.

Dois dos 28 cães resgatados acabaram falecendo em decorrência da situação de negligência e maus-tratos em que foram encontrados. Agora os animais estão sob cuidados das organizações In Defense of Animals (IDA) e Jindo Love Rescue, que estão se dedicando a tratar dos problemas de saúde de cada cão, incluindo desidratação e desnutrição.

Dois milhões de cães ainda são mortos para consumo na Coreia do Sul

Realizado tradicionalmente em julho e com duração de três dias, o Bok Nal, festival sul-coreano de carne de cachorro, ocorre em Seongnam, na província de Gyeonggi-do, que tem uma população de mais de um milhão de habitantes. O evento surpreende pela quantidade de animais mortos para consumo, inclusive aos olhos do público.

A ativista Michelle Brown, fundadora da organização australiana Fight Dog Meat, conta que quando esteve em Seongnam testemunhou o festival que já teve o Moran Market, onde 80 mil cães eram mortos por ano, como principal abatedouro de cães e gatos.

“O dia estava muito movimentado, com cerca de mil pessoas, principalmente homens, empanturrando-se de pratos de carne de cachorro sob enormes barracas de camping montadas em um grande estacionamento. Muitas crianças também foram levadas. Era um dia em família com uma atmosfera de festa, cheia de diversão e risos, que abafavam os gritos dos cachorros sendo massacrados sem parar durante o dia todo”, narra.

Michelle ficou chocada quando um homem deixou cair um saco diante de seus pés. Havia um cão vivo lá dentro, e o sujeito nem hesitou em matá-lo ali mesmo. A ativista teve de se esforçar para não vomitar no local.

Consumo de carne de cachorro motiva abate de animais domésticos (Foto: Jean Chung/New York Times)

“Era imperativo que eu mantivesse meu disfarce, senão sofreria algum tipo de violência”, justifica e acrescenta que, além de contabilizar centenas de cães e gatos “disponíveis” para abate imediato, também viu cães agonizando dentro de porta-malas, e muitos eram transportados livremente matadouro adentro.

Infelizmente, como bem observado por ativistas dos direitos animais, esse também é o destino de bois, vacas, porcos, frangos, galinhas, entre outros animais, que a maioria das pessoas consome sem considerar o processo de “produção”. A Fight Dog Meat e a organização Last Chance for Animals têm realizado campanhas e marchas em vários países contra a realização do festival. Segundo a IDA, a estimativa é de que dois milhões de cães ainda são mortos por ano para consumo na Coreia do Sul.


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