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Ativistas que levaram cães usados em testes de laboratório vão responder por furto

18 de outubro de 2013
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A apresentadora Luísa Mell esteve na ato que resgatou as cadelas do Instituto Royal - Foto: Reprodução Facebook
A apresentadora Luísa Mell esteve na ato que resgatou as cadelas do Instituto Royal – Foto: Reprodução Facebok

Um grupo de ativistas invadiu na madrugada desta sexta-feira (18) o laboratório do Instituto Royal, em São Roque, a 59 km de São Paulo, e resgatou de lá 178 cães da raça Beagle usados em testes para indústria farmacêutica. Segundo a polícia, os ativistas vão responder por furto. Peritos foram ao instituto pela manhã e não verificaram indícios de maus-tratos de animais. De madrugada, durante a invasão, a Guarda Municipal e a Polícia Militar estiveram no local, mas ninguém foi detido.

A diretora do Instituto Royal, Silvia Ortiz, disse ao Jornal Hoje da TV Globo, que segue todos os procedimentos estipulados pela Anvisa. Mais cedo, a empresa chegou a classificar o ato como terrorismo.

Os ativistas já estavam cercando o prédio desde o último sábado, mas a decisão de entrar foi antecipada após suspeitas de que a empresa faria a retirada e o assassinato dos animais. Ao entrar no edifício, o grupo informa que encontrou canis sujos e com forte odor. Muitos animais estavam com o pelo raspado e outros aparentavam estar sob o efeito de medicamentos. Nenhum funcionário do instituto apareceu durante o ato.

Defensora dos animais há 15 anos, Giuliana Stefanini é uma das líderes do grupo, que também contou com a participação da apresentadora e ativista Luísa Mell. Segundo Giuliana, o grupo investigava o laboratório há cerca de um ano e meio com a ajuda de um funcionário do próprio instituto.

“Uma pessoa de lá, que mantém o anonimato, é quem passava tudo para gente. Durante a tarde de quinta-feira fomos informados que eles mataram 12 beagles. Do lado de fora, escutamos gritos horrorosos das cadelas, todos nós choramos, inclusive quem não era ativista, como o nosso advogado. Mataram todos os camundongos também. Eles iam matar todos os outros e por isso antecipamos nossa invasão. Foi tudo pacífico, só queríamos resgatar os animais”, contou Giuliana, lembrando ainda que, antes de invadir o prédio, várias tentativas legais de salvar os animais foram feitas.

“Fomos na delegacia, fizemos boletim de ocorrência, falamos com juízes, fizemos vários tipos de denúncia, mas não adiantou nada. Os policiais militares foram malcriados com a gente na quinta-feira, trataram a gente de maneira grosseira”, disse.

Giuliana Stefanini informou também que todas as cadelas estão em lugares seguros, onde passarão por exames veterinários.

“Tem uma que está até prenha! Todas estão com um cheiro de química muito forte”, explicou.

O instituto Royal é registrado como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) e recebeu R$ 5.249.498,52 de convênios com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, firmados em 2010, para “criação, manejo e fornecimento” de roedores e cães para a ciência, além de toxicologia pré clínica e avaliação de segurança e periculosidade de novas moléculas candidatas a uso terapêutica. O convênio começou em 23 de dezembro de 2010 e segue em vigor até dezembro de 2014.

Os recursos destinados ao Instituto Royal são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Todo o dinheiro já foi liberado. A última parcela, segundo informações do Portal Transparência, no valor R$ 583,7 milhões, foi paga em junho de 2012.

Fonte: O Globo

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