(da Redação)
Um grupo de defensores dos direitos dos animais pediu pacificamente neste sábado na 29ª Bienal de Artes de São Paulo a libertação dos três urubus.
Os ativistas, vestidos de preto, exibiram cartazes pedindo liberdade aos urubus na 29a. Bienal de São Paulo, em um protesto contra o a “obra” de Nuno Ramos, intitulada “Bandeira Branca”. Nela, três urubus são mantidos confinados em uma instalação, juntos a três grandes caixas de som. Os animais, liberados pelo Ibama, estão desde segunda-feira (20) expostos como objetos.
O uso dos urubus na montagem foi autorizado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais), o que não significa que a tal “obra” não interfira na qualidade de vida dessas aves, pelo contrário, estão sujeitas a um estresse extremo que debilita sua saúde e bem-estar.
“Por que não colocam um animal empalhado aí?”, diz a ativista vegana Rosane Guimarães, pouco antes de um segurança pedir que retirassem os cartazes amarrados na grade da instalação. “São aves de rapina, eles estão estressados com as caixas de som desligadas, imagina quando ligarem. Deviam colocar um ser humano aí”.
Manifestantes
De acordo com a Polícia Militar, um grupo de pichadores invadiu o prédio da Bienal por volta das 18h30 e pichou a frase “Liberte os urubus” na instalação. Um rapaz cortou com estilete a rede que protegia o trabalho e com spray branco escreveu a inscrição em uma das grandes esculturas negras da instalação. A inscrição faz menção direta às três aves que são exploradas na Bienal.
O ocorrido causou tumulto no pavilhão, com cenas de agressão protagonizadas pelo corpo de seguranças da mostra. A polícia chegou e em meio a protestos, gritos e apitos, levou um casal preso para o 36.º DP. De lá, eles iriam ser encaminhados para o Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania, no centro da cidade.
Os responsáveis pela segurança da Bienal repararam as redes antes que os urubus pudessem escapar.