Temporada de caça aos golfinhos em Taiji começou este mês e vai até 31 de março
Por David Arioch
Na semana passada, ativistas protestaram na Avenida Paulista, em frente ao Consulado do Japão em São Paulo (SP), contra a captura e caça de golfinhos no país asiático, onde a prática é regulamentada e permitida do dia 1º deste mês de setembro até 31 de março.
Os manifestantes pediam para que todos, incluindo os japoneses, “digam não aos parques aquáticos, à indústria do entretenimento com animais em cativeiro e não à escravidão de seres sencientes”.
No Japão, a temporada de captura e matança de golfinhos também é conhecida por privar animais de seu habitat para vendê-los para parques aquáticos ou outros espaços de entretenimento com animais marinhos. “A baía de Taiji [na costa do Pacífico] é o marco zero da escravidão para shows em parques aquáticos”, criticou a Sea Shephed Brasil.
Em fevereiro, a organização japonesa NGO Life Investigation Agency e a Action for Dolphins, da Inglaterra, ajuizaram uma ação depois de apresentarem evidências de que os caçadores estão rotineiramente violando as leis de bem-estar animal e ultrapassando o limite de cotas de caça aos golfinhos estabelecido pelo governo. No entanto, o Japão ainda continua permitindo a caça.
As duas organizações defendem que há informações consistentes no processo para suspender a caçada anual de golfinhos em Taiji. O processo traz provas que deixam claro que os golfinhos são mamíferos, logo a crueldade imposta a eles é ilegal, já que contraria a legislação japonesa de proteção aos mamíferos, de acordo com a diretora-executiva da Action for Dolphins, Sarah Lucas.
A ação também aponta abuso de poder do governador da província de Wakayama, Yoshinobu Nisaka, que supostamente extrapolou a cota de permissões para pescadores, também violando as leis de bem-estar animal do Japão.
“As caçadas aos golfinhos são incrivelmente cruéis, com animais mortos usando métodos rudimentares, incluindo arpões, facas, facões, redes, lanças e até dinamite. A morte não vem rapidamente ou sem dor”, informa Nicola Hodgins, da organização Whale and Dolphins Conservation (WDC), do Reino Unido.
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