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Ativistas protestam contra construção de estrada em parque no Quênia

11 de abril de 2018
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 Um grupo de ambientalistas está lutando contra a construção de um estrada no Parque Nacional de Nairóbi, no Quênia. O projeto de construção proposto será executado pela Nairobi Inland Container Depot, modificando os limites do parque ao leste e se juntará a estrada Southern Bypass, perto do aeroporto de Wilson.

A construção irá alterar os limites do parque, que precisa de aprovação parlamentar. No entanto, Vincent Odor, consultor da EMC afirma que a estrada de 4,1 km só ocupará 27 acres do parque. O consultor ficou calado quando foi questionado sobre as aprovações conforme o exigido por lei.

Ele disse que a estrada é crucial para melhorar o transporte de mercadorias entre o porto para a rede rodoviária existente. “Reduzir o congestionamento de tráfego na estrada, diminuindo a poluição dos veículos e melhorando a saúde geral da população”, disse Odor.

Os ambientalistas levantam questões sobre o por que a estrada não estava planejada quando a Standard Gauge Railway (SGR) estava sendo alinhada e por qual motivo a consulta pública estava ocorrendo, enquanto a rota que a estrada está a tomar já foi marcada e a autorização está em andamento.

Animais selvagens vivendo juntos no Parque Nacional de Nairóbi, Quênia.
Animais selvagens no Parque Nacional de Nairóbi, no Quênia. (Foto: Daily Nation)

“O que estamos vendo é desgosto total. A urbanização não deve ocorrer à custa de nossa herança”, disse David Mascall. “O argumento de que ter desenvolvimento dentro do parque é mais barato do que adquirir terras de detentores privados é falso porque nosso parque não tem preço e não tem valor”, acrescentou Jacob Tukai.

Os ativistas afirmam que não estão contra o desenvolvimento da infra-estrutura na região, porém ter uma estrada dentro do parque é insustentável.

“Rejeitamos esse projeto e esperamos que a participação pública esteja sendo conduzida contra decisões já tomadas”, disse Paras Chandaria.

O Parque Nacional de Nairóbi completará 72 anos este ano, foi registrado como um parque sazonal em dezembro de 1946, tornando-se o parque mais antigo da África Oriental. A área do parque estava intacta, com os animais vivendo em 117,21 quilômetros quadrados até 2014, quando a passagem de Nairóbi Southern e os projetos da Fase 1 da (SGR) começaram a ocorrer no parque e cortando cerca de 300 acres. A estrada Bypass que atravessa entre o Ole Sereni Hotel da rodovia Mombasa para rodovia Lang’ata dizimou 36 hectares, enquanto o (SGR) Fase 1 de corte de 80 hectares.

Os animais do parque podem perder seus espaços por causa de interesses humanos.
Os animais do parque podem ter seu habitat destruído por interesses humanos. (Foto: Nairobe Days)

O parque é coberto principalmente por pastagens e arbustos abertos, com uma pequena floresta. O local é habitat de muitos rinocerontes, zebras, búfalos, antílopes, leões e diversas aves. Conforme a informação da Gazeta Nacional de dezembro de 2016 pela Comissão Nacional de Terras do Quênia, a Fase 2A da (SGR) consumirá 100 hectares da terra do parque. No entanto, a Kenya Wildlife Service (KWS), em tradução livre “Serviço de Vida Selvagem do Quênia”, mantém apenas 0,5 hectares da terra do parque será mantida pela (SGR) Fase 2A. Ou seja, muitos animais perderão seus lares e consequentemente a vida.

Os responsáveis pela estrada argumentam que a linha será executada em pilares ao longo do parque. Em 1990, o parque se estendeu a Kajiado, com corredores claros de migração para Amboseli e Namanga através das planícies de Athi Kapiti. As Zonas de Processamento de Exportação do Rio Athi isolou as rotas migratórias, enquanto construções inesperadas surgiram em Kitengela e Rongai. O que faz dessa estrada umas entre várias invasões no ambientes desses animais.

Animais estão gravemente em risco de serem atropelados caso a construção da estrada seja aprovada.
Com a construção da estrada, os animais porão correr o risco de serem atropelados. (Foto: Travel House UK)

A Companhia de Transmissão de Eletricidade do Quênia ergueu gigantescos torres de eletricidade dentro do parque, em 8 km ao longo do limite leste. A Kenya Pipeline Company também instalou o seu principal gasoduto de transmissão através do parque, desde a ponta sul até o limite norte da área protegida.

Se construída, a estrada no parque causará muitas consequências. Entre elas, o desmatamento que destruirá os lares de dezenas de animais, atropelamentos, caça e o extermínio de centenas de espécies selvagens.

A destruição de habitats por interesses humanos obriga os animais a se arriscarem em áreas urbanizadas em busca de recursos e alimentos, que antes eram facilmente encontrados.

Choques entre animais selvagens e seres humanos geralmente provocam a mortes destes segundos, que sofrem por perderem seus lares, seus recursos e liberdade. E, principalmente, não são amparados legalmente de forma eficiente.

 

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