Ativistas podem invadir o biotério da Unicamp para libertar os camundongos utilizados em pequisas científicas da universidade e de outros centros a qualquer momento. O alerta foi dado pela Polícia Federal após vigiar as redes sociais de ativistas e o resultado foi a intensificação da segurança do Cemib (Centro Multi-Insitucional de Bioterismo), para tentar evitar que o resgate dos animais que estão lá confinados aconteça.
Segundo fontes da PF, o grupo de manifestantes teria parte dos integrantes que há um mês resgataram do Instituto Royal, em São Roque, todos os cães da raça beagle que eram usados como cobaias no laboratório. Os ativistas acusavam o laboratório de maus-tratos. No último dia 13, eles voltaram ao local e resgataram os roedores que ainda estavam lá.
A intensificação da vigilância com o fechamento de vias de acesso ao CEMIB, foram confirmadas por fontes do “Metro” junto à universidade. No entanto, até ontem ninguém da assessoria de imprensa foi encontrado para prestar mais informações sobre os testes e pesquisas desenvolvidos com os animais no centro de bioterismo.
O local trabalha com a reprodução e manutenção de animais destinados a testes científicos.
Porém, o presidente do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais de Campinas e um dos organizadores da manifestação, Flávio Lamas, afirmou que o ato será pacífico e que não há intenção de sequestrar os bichos. “Ninguém está pensando em invadir o Cemig, ninguém foi chamado para isso. A Frente pela Libertação dos Animais não tem ações na cidade”, explicou.
Reivindicação
Segundo Lamas, o protesto será para reivindicar mais transparência em relação às atividades que ocorrem no centro. Lamas afirmou que a Unicamp é uma das poucas instituições de Campinas que não informam em quais e quantos animais são feitos os testes. Ainda de acordo com o ativista, os experimentos feitos no Cemig são “misteriosos”.
“A Unicamp é a única universidade que não mostra evolução neste sentido. Queremos iniciar uma conversar para avançarmos no assunto de testes com animais”, completou Lamas. No último sábado (16), o ativista organizou outro protesto em frente ao Campus 2 da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), na Avenida John Boyd Dunlop, contra o uso de animais em aulas de cursos da área da saúde. A manifestação, que durou cerca de uma hora e meia, terminou com uma conversa entre os ativistas e o pró-reitor de administração da instituição, Ricardo Pannain.
“Temos um comitê de ética e trabalhamos para diminuir, na medida do possível a utilização de animais em aulas” , disse o pró-reitor. Amanhã (20), os mesmos ativistas que participaram do ato na PUC farão uma manifestação no Largo do Rosário contra a utilização de animais em testes.
Fonte: Metro Campinas