Ativistas que atuam em defesa dos animais estão pedindo o fim das charretes em Poços de Caldas (MG), onde o transporte é oferecido como um serviço turístico.
De acordo com informações do grupo Anjos de Patas, não é difícil encontrar cavalos desmaiando em meio ao trânsito porque já não suportam o desgaste da atividade.
Ainda que as charretes sejam considerada uma tradição, moradores da cidade têm publicado fotos nas mídias sociais denunciando a situação dos animais.
No ano passado a Associação de Amigos e Protetores dos Animais (Aapa), de Poços de Caldas, ajuizou uma ação civil pública que contou com um laudo de uma médica veterinária de Belo Horizonte que esteve na cidade a pedido do Ministério Público.
Depois de vistoriar as charretes por dois dias, a veterinária informou que apenas um dos 70 cavalos utilizados na atividade apresentava bom estado de nutrição.
Os outros traziam algum tipo de problema de saúde – como tendinite crônica causada pela sobrecarga e ferimentos. A médica veterinária também apontou irregularidades nos locais onde os animais passam a noite.
Apesar dos problemas, a juíza Tânia Marina de Azevedo Grandal Coelho, da 5ª Vara Cível de Poços de Caldas, julgou improcedente a ação civil pública da Aapa, sob a alegação de que como há uma lei municipal que estabelece requisitos para a atividade de tração animal, não há necessidade de suspensão do serviço.
No entanto, segundo os ativistas, as reclamações e denúncias continuam, assim como a publicação de recentes flagrantes de cavalos caídos nas ruas da cidade.
“Passamos dia após dia vendo cavalos desmaiando no meio do trânsito, revirando lixo à noite, magros, sem água e, quando tem água, é quente, porque a água fica numa cocheira de pedra que ferve”, denuncia o grupo Anjos de Patas.