Por Natalia Cesana (da Redação)
Defensores dos direitos animais saudaram a decisão do governo indiano que sabotou todos os esforços para que as touradas fossem reavidadas em Goa, informou a AFP.
O Ministério do Meio Ambiente incluiu os touros na lista da Lei de Prevenção de Crueldade Contra Animais, de 1960, proibindo assim que sejam cruelmente utilizados como entretenimento. Nesta relação estão ursos, macacos, tigres, panteras e leões.
O presidente da Federação Indiana de Organizações de Proteção Animal, Chinny Krishna, disse que a decisão é um marco e significa que touros não mais poderão ser usados em corridas no sul da Índia ou em touradas em Goa.
Diferentemente da Espanha ou de Portugal, países que consideram a prática como parte de uma herança cultural, a versão das touradas de Goa não envolve ferimentos ou morte dos touros. Em vez disso, os humanos batem e empurram dois touros, irritando-os e induzindo-os a se darem cabeçadas. A luta sangrenta pode durar até quatro horas até que um dos dois animais caia derrotado.
“Centenas de touros são torturados em eventos bárbaros como esse, chamados de jallikattu no sul da Índia e de dhirio em Goa”, explica Krishna.
As touradas já foram um modo de vida em Goa, quando milhares de pessoas se juntavam aos domingos e em dias de feriados para atiçar os animais, que eram presos pelos chifres. A polêmica tradição foi proibida em 1998, mas em 2009, depois que um político local prometeu fazer campanha contra a proibição, tentativas de reviver a prática começaram a acontecer.
O ato provocou protestos dos grupos que defendem os direitos animais, incluindo o People for the Ethical Treatment of Animals, até que finalmente o Estado não deu a sanção.
As touradas, no entanto, continuam acontecendo de forma ilegal em determinados locais, pois a polícia recebe dinheiro para fazer vista grossa. As lutas entre bois sempre envolvem altas quantias de apostas, frequentemente realizdas por estrangeiros por meio de entidades de apostas.
