EnglishEspañolPortuguês

LUTO E INDIGNAÇÃO

Ativistas fazem vigília por 1,5 mil peixes mortos em explosão de aquário em Berlim; veja imagens

ONG pede a hotel que abrigava AquaDom memorial em homenagem aos animais.

18 de dezembro de 2022
4 min. de leitura
A-
A+
Ouça esta matéria:
0
Cartaz de ativistas pelos direitos dos animais que organizaram vigília em homenagem aos 1.500 peixes mortos na explosão do Aquadom, em Berlim – Julian Seiferth/T- online.de

Ativistas em defesa dos direitos animais fizeram, neste sábado (17/12), uma vigília em frente ao hotel em Berlim, Alemanha, onde explodiu um aquário gigante e quase 1500 mil peixes morreram.

Um grupo de manifestantes se posicionou na calçada em frente ao Radisson Blu, no centro da capital alemã, no início da tarde, com cartazes que diziam: “Peixes são amigos, não são decoração” e “Descanse em paz, família de peixes-borboleta”. Os participantes ainda puseram velas acesas na calçada.

A vigília foi organizada pelo Partido da Defesa dos Animais. Repórter do site de notícias alemão T-online, Julian Seiferth, 27, afirma em email à Folha que, apesar do pequeno número de pessoas no ato, muitos pedestres pararam para interagir com os manifestantes. “Uma mulher que estava com uma menininha e costumava visitar o aquário começou a chorar”, ele conta.

Seithfert acrescenta que, embora a sigla não tenha planos para realizar novos protestos nos próximos dias, ela confirmou que pretende lutar contra a reconstrução do aquário e projetos afins na cidade.

De acordo com relato do jornal Berliner Morgenpost, uma porta-voz do partido presente no local, Ricarda Scholz, ainda defendeu mudanças na forma como são concedidas licenças que autorizam projetos como o do Aquadom. “Inúmeros animais já morrem só ao serem transportados. É necessário ter um recife de coral artificial no meio de Berlim?”, questionou ela.

O aquário AquaDom após a explosão, em Berlim Niklas Scheele/via Reuters
O aquário AquaDom após a explosão, em Berlim Niklas Scheele/via Reuters

Na sexta-feira (16/12), data em que ocorreu a explosão, a entidade de defesa de animais Peta anunciou que planejava entrar com uma ação judicial contra o hotel que abrigava o aquário e reivindicou que o local construa um memorial em homenagem aos 1.500 animais marinhos mortos.

“Animais não existem para serem explorados como ambientação”, disse a organização em comunicado. “[Esse acidente] deveria ser um alerta para as pessoas impedirem que animais sejam exibidos como se fossem simplesmente decoração de parede de hotel.”

A reação foi semelhante a de vários outros ativistas pelo globo. Secretária-geral da Anistia Internacional, Agnès Callamard afirmou que o episódio era uma “metáfora para a arrogância humana, o consumismo infinito e a sede por emoções fortes, sede de emoção, com conseqüências devastadoras para outras espécies” em uma postagem no Twitter.

A Reynolds Polymer Technology, empresa americana que participou da construção do aquário, enviou uma equipe de especialistas à Alemanha para investigar as causas do incidente. “Ainda é cedo para determinar o fator ou os fatores que levaram a uma rachadura como essa”, afirmou a empresa em comunicado, de acordo com relatos dos jornais alemães Die Welt e Frankfurter Allgemeine Zeitung.

A causa da explosão ainda é desconhecida, mas uma das suspeitas das autoridades é de que as baixas temperaturas tenham provocado rachaduras na estrutura, que acabou cedendo à pressão das mil toneladas de água. Há suspeitas ainda de que tenha havido fadiga de material.

Duas pessoas foram feridas por estilhaços após o incidente, incluindo um funcionário do Radisson. Cerca de 350 hóspedes do hotel deixaram o local a pedido das equipes de emergência, que temem danos estruturais. Segundo socorristas, na tarde do sábado ainda havia cinco centímetros de água na garagem subterrânea do hotel.

Hóspedes tiveram que deixar o hotel às pressas. Foto: Niklas Scheele/via Reuters

Marielle Tierney, 46, contou à Folha que achou que uma bomba tivesse caído perto de seu apartamento, vizinho ao hotel, no momento da ruptura. A americana comparou os danos do incidente a de um tsunami, e afirmou que também garagem de seu prédio foi alagada, assim como as unidades de armazenamento localizadas no subsolo. “Tentei salvar alguns dos meus pertences, mas vamos ver”, disse.

O AquaDom foi fechado para reformas em outubro de 2019. Devido à pandemia de Covid-19, seguiu fechado por quase três anos, até junho deste ano. Segundo a empresa que o administra, o aquário abrigava espécies que vão de peixes-palhaços, como o do filme “Procurando Nemo”, a cavalos-marinhos, águas-vivas e arraias.

O aquário AquaDom antes e depois da explosão, em Berlim Niklas Scheele/via Reuters

Fonte: Folha

Você viu?

Ir para o topo