Por Lilian Regato Garrafa (da Redação)
Os ativistas representaram cada um dos 90 touros que morrem nos dez dias da Feira de Fallas, colocando-se na pele dos animais, para defender seus direitos e ser sua voz
“a fim de que a tourada seja abolida”.
Cerca de uma centena de ativistas da ONG AnimaNaturalis se transformaram, neste domingo, em Valência, nos touros destinados à morte na Feira de Fallas 2012. Vestidos de preto e usando máscaras de touro, os voluntários sustentavam cartazes que pediam abolição das touradas e o fim da tortura.
Durante o evento, os ativistas bradaram, em alto e bom som, frases como: “Por uma Fallas sem tortura”, “Para uma Fallas sem crueldade”, “Abolição das touradas”, em plena zona de fogo da cidade de Valência, pouco antes do mascletà (exibição pirotécnica tradicional em Valência), diante de milhares de pessoas.
“Em uma sociedade moderna e civilizada não tem sentido ainda existirem tais manifestações de violência, onde a dor e o sofrimento de um animal são comemorados como uma diversão para o deleite de uma plateia que, aliás, está se tornando cada vez menos numerosa’, afirmou Natalie Rizzo, vice-diretora da AnimaNaturalis Espanha. “Nós, cidadãos, temos uma oportunidade histórica para rejeitar este tipo de espetáculo e dar um passo adiante a fim de conseguir festas livres de crueldade contra os animais”.
Convém lembrar que, de acordo com estudos sobre o interesse pela tauromaquia como entretenimento na Espanha, feito pela empresa IG Research, mais de 67% da população afirmou não possuir qualquer interesse por touradas. “Não só não tem o apoio da esmagadora maioria da população, como também é vergonhoso que se gastem enormes quantias de dinheiro público nesse espetáculo cruel e atroz, enquanto a comunidade de Valência está em dívida com a Espanha”, declara Rizzo.
A AnimaNaturalis considera sem sentido que, enquanto na Espanha se estejam cortando bilhões de euros em educação e saúde pública, governos como o de Valência invistam dinheiro público na manutenção da praça de touros e nesta feira.
A performance foi feita com tranquilidade durante mais de meia hora, tempo em que se entoaram temas antitouradas, foi lido um manifesto e foi feito um emocionante minuto de silêncio em memória de todas as vítimas de touradas.