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Ativistas encontram animais com patas quebradas em vaquejada de Xerém (RJ)

19 de agosto de 2009
2 min. de leitura
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Simple Zé
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Ativistas da Frente Abolicionista de Rodeios do estado do Rio (FARO-RJ) presenciaram o sofrimento de dois bois que tiveram suas patas fraturadas durante a Vaquejada de Xerém, na manhã do último domingo, 16 de agosto. Eles estavam em um caminhão que os levaria agonizantes do distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, até Juiz de Fora (MG), em uma viagem de cerca de 170 quilômetros, onde seriam sacrificados em um abatedouro.

A ausência da veterinária responsável pela Vaquejada atestou a desorganização e o descaso em relação aos animais utilizados no evento. Com a chegada da veterinária, um dos animais, já no curral, recebeu a eutanásia, procedimento que, segundo as próprias autoridades da defesa sanitária presentes no local, não poderia ser realizado naquelas condições de assepsia. O outro animal misteriosamente sumiu, não tendo mais sido visto pelos ativistas no momento da eutanásia do primeiro.

Os ativistas foram expulsos da área dos currais no momento da morte do animal, sendo proibidos de conferir se o procedimento havia sido realizado corretamente. Alguns ainda tentaram filmar o que ocorria de longe, mas logo um caminhão foi estacionado na frente dos currais, impossibilitando o registro pelas câmeras. O animal foi içado por uma retro-escavadeira, já morto, e removido do local.

Mais cenas de abuso e violência durante o transporte dos animais foram presenciadas. Tendo que atravessar um rio para chegar ao curral, alguns bois caíam na água e eram pisoteados pelo restante do rebanho. Nos currais eram armazenados sem nem mesmo espaço para se moverem.

Cerca de quatro ativistas, a veterinária do evento e um agente da fiscalização sanitária, foram encaminhados à 61ª Delegacia de Polícia, em Xerém, onde foi feito o registro de ocorrência alegando maus-tratos e os depoimentos, após cerca de 5 horas de espera, foram colhidos. A vaquejada, cujo início ocorreria às 11h da manhã, começou com 6 horas de atraso e sem a presença da veterinária responsável, contrariando o previsto por lei.

Outras imagens de maus-tratos típicas das Vaquejadas foram captadas na arena. A regra do “jogo” estipula que, em uma arena de cerca de 150 metros, o boi seja solto, tendo o vaqueiro que derrubá-lo em uma área estipulada e marcada por duas linhas. Derrubado, quando ainda correndo em velocidade, por um puxão de rabo, o animal cai bruscamente rolando no chão, podendo acarretar fraturas nas patas e no pescoço que custarão a sua vida. O site Vaquejadas.com, ao explicar como ocorrem esses ?espetáculos? , deixa clara a natureza brutal dessa prática que exige ser chamada de esporte: ?O boi será julgado de pé. Deitado, somente caso não tenha condições de levantar-se? .

Assista a brutalidade com que foi tratado um dos bois com a pata fraturada:

httpv://www.youtube.com/watch?v=IUF_u8GwHvw

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