Desde 1975, o Brennan’s Pub, em Los Angeles, realiza um evento peculiar que atrai multidões: corridas de tartarugas. Situado entre Venice e Marina Del Rey, o bar promove esse espetáculo, descrito como “o esporte dos reis”. As tartarugas, mantidas em um terrário no local, são trazidas para o centro de um círculo de espectadores e a primeira a cruzar a linha é declarada vencedora. As “apostas”, feitas por um dólar, destinam-se a uma rifa, com o valor revertido para instituições de caridade.

No entanto, ativistas em defesa dos direitos dos animais condenam a prática, classificando-a como desumana e exploradora. Durante as corridas, centenas de pessoas bêbadas gritam e aplaudem, causando evidente angústia aos animais. Organizações como a In Defense of Animals (IDA), a Los Angeles Animal Defense League (LAADL) e a Los Angeles For Animals (LAFA) protestaram do lado de fora do bar. Cerca de 30 manifestantes participaram, segurando cartazes e usando megafones para conscientizar os presentes sobre a crueldade do evento.

“Essas tartarugas são seres sencientes, elas não querem ser expostas ao estresse de um ambiente tão caótico. Imagine se fosse o seu cão ou gato no lugar delas”, afirmou um organizador da LAADL, que preferiu não ser identificado. “Estamos exigindo o fim dessa exploração para entretenimento e lucro.”

Apesar das críticas, o Brennan’s Pub defende o tratamento dado às tartarugas. Um porta-voz afirmou que, desde que os novos proprietários assumiram o estabelecimento há sete anos, houve grandes melhorias no cuidado dos animais. “As tartarugas viviam em condições inadequadas e algumas tinham problemas de saúde. Consultamos especialistas e investimos pesado na criação de um habitat adequado, com espaço para nadar e tomar sol”, disse. O bar também contratou um técnico veterinário para supervisionar os cuidados e garantiu que as tartarugas só participam das corridas se quiserem.

Ainda assim, os ativistas permanecem céticos. “A ideia de que as tartarugas estão sendo bem cuidadas não justifica a exploração. Elas não pediram para estar lá. O ambiente de gritos e barulho é aterrorizante para elas. Não são atletas, são vítimas de um espetáculo cruel”, finalizou o organizador.