Mais de 20 associações e grupos de defesa dos direitos animais enviaram uma carta à Câmara Municipal de Málaga expressando sua rejeição ao plano de mortes em massa de javalis da cidade. A proposta envolve o uso de bestas, o que, segundo as entidades, é injustificado e causará sofrimento antiético e desnecessário.
A carta é uma resposta ao plano anunciado pelo conselho municipal em maio, que destinaria € 15.000 para contratar caçadores profissionais para abater javalis que invadiram áreas suburbanas. A autoridade local justificou a medida com base em uma série de reclamações de moradores sobre a presença dos animais, que têm seguido rotas de acasalamento em riachos e rios, mas não estão respeitando os limites urbanos.
As associações contestam a alegação de pânico social e perigo iminente, destacando que não houve ataques de javalis a pessoas. Elas argumentam que a morte indiscriminada não só mataria animais sem distinção, mas também causaria sofrimento desnecessário ao feri-los fatalmente. Além disso, apontam que o uso de arcos e bestas perto de áreas urbanas representa um risco significativo à segurança pública, com possíveis danos colaterais aos moradores.
Os grupos também alertam que a medida poderia ser contraproducente, tornando os javalis mais agressivos em relação aos humanos. Eles sugerem alternativas mais humanitárias e eficazes, como imunocontracepção, realocação, melhor manejo de habitat e recursos, além de educação pública.
Alternativas propostas
Na carta, os defensores dos animais propõem a implementação dessas alternativas para controlar a população de javalis sem causar sofrimento aos animais ou colocar a população em risco.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa de Recursos Cívicos, estima-se que haja atualmente cerca de um milhão de javalis na Espanha, número que pode dobrar até 2025, de acordo com especialistas.