Conservacionistas pediram nesta terça-feira (1) a criação da maior área de proteção marinha do mundo no entorno da Antártida, antecipando a possibilidade de uma disputa internacional por suas águas, ainda intocadas.
Com os estoques pesqueiros ao redor do mundo aproximando-se rapidamente do esgotamento, a Aliança Oceânica Antártica instou à convenção internacional incumbida da gestão dos mares do sul que estabeleça uma ampla rede isenta de exploração.
Embora o continente esteja sob proteção desde 1991, Campbell afirmou que inexiste legislação semelhante que proteja suas águas, ricas em vida marinha, grande parte encontrada apenas nesta região do planeta.
A Convenção para a Preservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos, integrada por 25 países, deve decidir sobre uma rede de reservas marinhas até 2012.
Campbell disse que a aliança pede a criação de uma rede de reservas “em uma escala nunca feita antes em outro local do planeta por causa do enorme valor da Antártida para a ciência e a humanidade”.
A zona de proteção proposta pela aliança, que abarcará o entorno do continente gelado e incluirá o Mar de Ross, ajudará a preservar cerca de 10 mil espécies, incluindo pinguins Imperador, baleias minke, focas e lulas gigantes.
“Há muitos interesses nacionais isolados, penso que há grande interesse das indústrias aqui, mas eu não acho que possamos apontar um vilão”, afirmou Campbell.
“Acho que temos um longo caminho a percorrer em termos de ação política para fazer isto acontecer”, acrescentou.
“No fim das contas, todos terão que contribuir”, emendou.
A Antártida é vista como uma região crítica para o estudo das mudanças climáticas, uma vez que seu território gelado fornece dados valiosos sobre níveis de emissão de gases de efeito estufa e temperaturas.
Entre os membros da Aliança estão as organizações ambientalistas Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Greenpeace e a Coalizão Antártica e do Oceano Austral.
Com informações de A Crítica