EnglishEspañolPortuguês

Ativistas criticam ligação de zoológico canadense com clube de caça

10 de agosto de 2015
2 min. de leitura
A-
A+

Por Augusta Scheer (da Redação)

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A ONG Calgary Animal Rights Coalition, do Canadá, denunciou recentemente a ligação entre o zoológico da cidade de Calgary e uma organização de caçadores que no passado teve Walter Palmer entre seus membros. Palmer gerou uma comoção internacional ao assassinar o famoso leão Cecil, no Zimbábue, segundo informações do Toronto Sun.
O grupo de caçadores se chama Safari Club International. A instituição suspendeu a participação de Palmer e do guia que o acompanhava na ocasião do assassinato de Cecil até que a investigação seja concluída. Safari Club International se posicionou diante do episódio, demandando “punição para aqueles que caçarem”.
A seção local de Calgary do Safari Club International planeja um evento beneficente que será realizado nas dependências do zoológico no próximo mês de abril. O evento incluirá um leilão em que serão ofertadas diversas expedições de caça, dentre elas um safari de dez dias no continente africano, com a oportunidade de matar animais de 23 diferentes espécies, incluindo gazelas, impalas e leopardos.
Michael Alvarez-Toye, da Animal Rights Coalition, afirma que o zoológico não deveria disponibilizar suas instalações para um grupo que promove o assassinato de animais selvagens. Representantes do zoológico argumentam que a renda proveniente do aluguel para o Safari Club International corresponde a uma porção significativa de sua receita anual.
David Little é integrante do Safari Club International e considera que muitos caçadores têm a preservação como objetivo. “Não são coisas incompatíveis. Acho que mais diálogo ajudaria a esclarecer as coisas,” pondera Little, que condenou o assassinato do leão Cecil por Walter Palmer. Sobre o episódio, Little afirmou que Cecil era “um animal domesticado que foi ilegalmente caçado,” demonstrando mais uma vez seu raciocício bastante excêntrico.
Little se considera um “amigo de animais,” apesar de (como Palmer) praticar ativamente a “caça” por troféus. O caçador também já matou um leão, quando perseguia um leopardo em uma caçada com arco e flecha que realizou no continente africano. Little afirma que o dinheiro arrecadado com as caças legais ajuda a salvar as espécies. “A caçada que realizei em Moçambique conservou um milhão de acres do país, protegendo essa área de caçadores e da extração ilegal de madeira,” afirmou Little à imprensa de Calgary.
O zoológico respondeu que não se envolve nos assuntos das instituições que alugam suas instalações para eventos, demonstrando sua falta de comprometimento e notório desrespeito à dignidade animal.

Você viu?

Ir para o topo